Cerca de 200 mortos em acidente nas instalações nucleares da Coreia do Norte
O desastre ocorreu em outubro, durante a construção de um túnel nas instalações nucleares norte-coreanas de Punggye-ri, fortemente afetadas pelo abalo provocado pelo sexto ensaio nuclear da Coreia do Norte, no início de setembro.
Segundo o canal de televisão japonês "Asahi TV", cerca de 100 trabalhadores ficaram encurralados na derrocada do túnel em construção. Outra centena, enviada para os socorrer, foi apanhada por outro abalo, que provocou novo colapso, elevando para cerca de 200 o número de trabalhadores que terá morrido neste acidente, não confirmado pelas autoridades norte-coreanas.
O teste do início de outubro teve uma potência 16 vezes superior à da bomba que destruiu Hiroshima e provocou um sismo de cerca de 5 graus na escala de Richter, seguido de várias réplicas que continuam a provocar pequenos abalos.
Cientistas chineses e sul-coreanos temem que o colapso do túnel possa provocar uma fuga radioativa e que um eventual novo teste possa causar a derrocada do monte Mantap, onde se situam as instalações de testes nucleares de Punggey-ri.
Um dos responsáveis pela Administração Meteorológica Sul-Coreana, Lee Won-Jin, apresentou uma análise de imagens de satélite que indica a ocorrência de deslizamentos de terra na zona perto das instalações nucleares de Punggey-ri, após os testes de setembro.
Segundo especialistas citados pela imprensa internacional, a construção de um novo túnel indica a vontade de mudar o local de testes para o outro lado da montanha, pressupondo-se o abandono das instalações de de Punggey-ri.
"Se a Coreia do Norte continuar a tentar fazer testes no interior desta montanha (nomeadamente na área mais para sudeste), é expectável que construam novos túneis no Portal Norte, ainda no subsolo do monte Manta", escreveram os investigadores Frank Pabian e Jack Liu, num relatório publicado no início do mês de outubro, que antecipava este movimento do regime de Kim Jong-un, e citado esta terça-feira pela revista "Newsweek".