Nova tarifa de eletricidade: PAICV pede intervenção imediata do Governo sobre o aumento exegerado do preço de energia a partir do mês de outubro

Com efeito, a partir de 01 de outubro próximo, o preço da eletricidade vai subir até 37%, provocado alegadamente pelo aumento do preço dos combustíveis. Uma situação que o PAICV considera preocupante e que terá "forte impacto" na vida das famílias e das empresas, que vêm sendo confrontados com "significativas perdas de rendimento".

Perante tal medida, o partido tambarina pede uma imediata intervenção do Governo para impedir ou fazer face a esse aumento, que terá efeitos nefastos para as famílias e para as empresas cabo-verdianas, que enfrentam sérias dificuldades devido ao impato negativo da pandemia de covid 19 e má governação do país.

«O facto é que esse aumento drástico do preço de energia dificulta a vida das famílias, aumenta a desigualdades sociais, fomenta o aprofundamento da pobreza, põe em causa a competitividade da economia cabo-verdiana, dificultando o investimento direto estrangeiro, impactando negativamente o emprego e o desenvolvimento do País. Como é possível, em plena situação de pandemia em que o país se encontra, com poder de compra reduzido agravado pelos impactos da pandemia, surgir esse despropositado aumento?», questiona Calicas.

Aliás, este político acredita que a verdadeira causa do aumento do preço de energia parece ser compensar a Electra quanto às perdas provocadas pelas medidas de campanha eleitoral levadas a cabo pelo Governo, que acumulou dívidas elevadas junto da empresa produtora e distribuidora de energia elétrica.

"A situação de subidas galopantes do preço de energia só se explica com o total falhanço da política energética por parte deste Governo e um completo esquecimento dos compromissos eleitorais, entre os quais, reduzir a fatura energética na ordem dos 25% ao longo da legislatura, terminada em 2021; transformar o setor dos serviços ligados às energias renováveis num setor gerador de empregos e exportador, nomeadamente para a CEDEAO", aponta, acrescentando que depois de o MpD ter considerado, nas campanhas eleitorais, que Cabo Verde era o País com preço de eletricidade muito elevado - um dos mais caros do mundo, "eis que brinda aos cabo-verdianos com o mais expressivo aumento do preço de energia de todos os tempos".

O PAICV lamenta que medidas previstas já em 2016, tenham sido engavetadas e que previa a mexida na estrutura de custos da produção de energia atacando as ineficiências, provocando a sua diminuição com o incremento do uso de energias renováveis, com impacto estimado -8,8% dos custos atuais.

Aumento de outros produtos e impacto económico

"Em vez da redução há um aumento do preço que vai ter forte impacto nas famílias e em vários setores de atividade económica, no comércio, nos serviços, na indústria e arrastará consigo o aumento do preço de todos os outros bens essenciais pois, provoca o aumento dos custos de produção e fornecimento de serviços que serão todos repassados aos consumidores (iremos também, seguramente, pagar mais caro pela Água, bens alimentares, produtos agrícolas, gelo para a conservação do pescado…)", enumera.

Por outro lado, a oposição considera que este aumento do preço da eletricidade traz outros aumentos, nomeadamente referente a taxas e impostos associados, que aumentarão também na mesma proporção, tornando a fatura muito mais cara para os consumidores.

"Essa deriva no mercado energético, seria também evitável se no Contrato de Concessão houvesse garantias de serviço público e obrigação das petrolíferas introduzirem medidas de redução de custos e de infraestruturação moderna e mais eficientes. Aliás, em 2016 o atual Governo encontrou o contrato negociado e em fase de conclusão. Deve o Governo explicar ao País por que é que não o concluíram e se concluíram por que razão não se teve em conta a obrigação de prestação de SP", questiona, denunciando que para ganhar as últimas eleições, "o Governo do MpD impôs à Electra elevados custos com o perdão das dividas".

"Esses encargos que deveriam ser assumidos pelo Governo estão a ser repassados aos consumidores, famílias e empresas. Passadas que foram as eleições legislativas, eis que a verdadeira realidade aparece e a identidade governativa do MpD é colocado à mostra. Isso significa que todos nós somos chamados agora para pagar por uma medida de forte cunho demagógico e populista de um Governo que não olha a meios para atingir os seus objetivos eleitorais", manifesta.

Descontente com este anúncio e aumento do preço, o PAICV considera que o Governo mantém-.se de forma "insensível em silencio, assobia para o lado, não diz nada e parece não estar disposto a agir para acautelar os preços e proteger as famílias". "Onde fica a responsabilidade/solidariedade do Estado para com os consumidores? Vai o Governo, proceder ao aumento do salário dos funcionários/empregados, para repor, ainda que parcialmente, o poder de compra que os mesmos irão perder?", contesta.

Segundo mesmo dirigente que responde pela Comissão Política Regional por Santiago Sul, p Executivo de Ulisses Correia Silva parece estar a testar a capacidade de indignação e revolta do povo, que tem aceitado de forma serena e tranquila os desatinos deste executivo. Este Governo deve lembrar que a paciência do povo também tem limites", acautela.

"Para o PAICV, se o Governo considerar os aumentos inevitáveis o mesmo deve agir também com medidas urgentes para amortecer os efeitos deste aumento na vida das pessoas e das famílias", aconselha.

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