Caso Alex Saab e nova reação externa: China considera que detenção de Saab abre um precedente perigoso

Segundo uma nota remetida a este diário digital, Zhao Lijian denunciou o papel "vergonhoso" que os EUA têm assumido, uma vez que "tem abusado constantemente de manobras políticas e judiciais, incluindo sanções e extradições com o objetivo de se imiscuir nos assuntos internos da Venezuela".

Como sublinhado num comunicado de imprensa, Lijian afirmou que a prisão e detenção de Alex Saab abre um precedente perigoso que "afeta o intercâmbio regular de pessoal internacional e põe em perigo a confiança mútua e a cooperação entre países".

Por isso, a República Popular da China exige que os Estados Unidos abandonem esta velha prática e "atentem ao apelo da comunidade internacional por justiça e respeitem o direito internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais".

A declaração da China segue-se ao anúncio feito na semana passada pela porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Russo, Maria Zajárova, no qual afirmou que a perseguição do diplomata venezuelano Alex Saab é "politicamente motivada". Zajárova indicou que, após a prisão de Saab em Cabo Verde, "Washington exerceu forte pressão sobre as autoridades cabo-verdianas e o sistema judicial daquele país, num esforço para obter a sua extradição".

Ainda de acordo com o documento, estas opiniões reforçam os argumentos emitidos pela equipa de defesa numa recente conferência de imprensa que surgiu após o Tribunal Constitucional de Cabo Verde ter rejeitado o recurso de Alex Saab sobre a inconstitucionalidade do processo que tem sofrido até à data. Nessa conferência, a Professora Vânia Ramos comentou que "é surpreendente que não haja reconhecimento da sua imunidade diplomática de Alex Saab".

Na mesma conferência de imprensa, Baltasar Garzon afirmou que "os argumentos, com todo o respeito pelo Tribunal Constitucional, que são expressos na sua decisão de 07 de Setembro, não estão em conformidade nem com o direito internacional, nem com os tratados e nem com o direito internacional dos direitos humanos. A detenção de um diplomata é uma barbaridade - pura e simples", denunciou.


Categoria:Noticias