Estados Unidos ameaçam destruir Coreia do Norte em caso de guerra
A embaixadora dos Estados Unidos pediu à China que interrompa o fornecimento de petróleo à Coreia do Norte. Nikky Haley acrescentou que, em caso de guerra, o regime norte-coreano será “completamente destruído”. Pequim insiste no apelo ao diálogo.
Na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a embaixadora
norte-americana denunciou que “Pyongyang continua a obter produtos
petrolíferos através de transferências entre navios no mar" e pediu à
China para que interrompa o fornecimento.
A reunião realizou-se depois de Pyongyang ter lançado um novo míssil. O
regime de Kim Jong-Un garante que este míssil é capaz de transportar uma
grande ogiva nuclear até qualquer ponto dos Estados Unidos. Washington
alertou para as consequências de uma guerra na península coreana. "Nunca procurámos a guerra com a Coreia do Norte e hoje continuamos a
não procurar. Se a guerra viver, será por causa de atos de agressão como
aqueles que testemunhámos", disse Nikki Haley, acrescentando aos seus
pares: "se a guerra vier, não se enganem, o regime Norte Coreano será
completamente destruído".
Durante o dia, o Presidente dos EUA, Donald Trump, falou com o seu
homólogo chinês, Xi Jinping. A China é o maior aliado da Coreia do
Norte, com quem partilha uma grande fronteira e relações comerciais.
Pequim pede diálogo
O embaixador adjunto da China na ONU defendeu que a prioridade para
todas as partes envolvidas na península coreana é exercerem contenção e
empenharem-se no rápido reinício do diálogo e das negociações.
Na reunião de emergência do Conselho de Segurança, Wu Haitao afirmou que
o recente período de estabilidade na península abriu a oportunidade
para esforços diplomáticos.
O representante chinês reiterou a proposta conjunta da China e da
Rússia, mediante a qual o regime de Pyongyang interromperia as
atividades nucleares e balísticas e, em troca, Washington e Seul
suspenderiam os exercícios militares conjuntos.
"Esperemos que esta propostatenha apoio e motive uma resposta", afirmou.
Pequim, o principal aliado diplomático e maior parceiro comercial de
Pyongyang, defende que a solução da mútua suspensão é "a única opção
viável", uma proposta já recusada por Washington.
Lançamento de míssil
As declarações de Pequim e Washington surgem depois de a Coreia do Norte
ter lançado na quarta-feira (ainda terça-feira em Portugal) um míssil
balístico capaz de transportar uma grande ogiva nuclear e chegar a todo o
território dos Estados Unidos.
A televisão estatal da Coreia do Norte anunciou o lançamento "bem
sucedido" - o primeiro em Pyongyang após dois meses e meio sem realizar
testes balísticos -, que foi autorizado e testemunhado pessoalmente pelo
líder norte-coreano, Kim Jong-un.
O míssil registou o maior alcance alguma vez conseguido por um projétil
norte-coreano, o que representa um avanço perigoso no programa de
armamento deste país.
Alguns especialistas acreditam que o míssil teria capacidade para ter
viajado num voo normal com mais de 13.000 quilómetros, o suficiente para
chegar a Washington ou a qualquer parte continental dos Estados Unidos.