Câmara quer fomentar microempresas no sector da pesca para concessionar embarcações - Fogo
São Filipe, 30 Set (Inforpress) – A Câmara de São Filipe de pretende fomentar a criação de, pelo menos, seis microempresas no sector da pesca para poder concessionar as embarcações com melhores condições que irá construir.
À margem do encontro do Conselho Consultivo das Pescas e dos Recursos Marinhos que decorreu na cidade de São Filipe, Nuías Silva indicou que a economia azul e as pescas têm uma particular importância para a economia das ilhas, com especial atenção para a ilha do Fogo e da região Fogo/Brava.
“A Câmara de São Filipe está engajada e pretende trabalhar numa forte ligação com as autoridades do sector da pesca, nomeadamente o Ministério do Mar, a Direcção-Geral das pescas e outras instituições, para criar todo um ecossistema favorável ao desenvolvimento das pescas nos nossos concelhos”, disse Nuías Silva.
Nesta perspectiva, a autarquia vai investir, entre este e o próximo ano, cerca de 15 mil contos na melhoria das embarcações, porque, explicou, as existentes são embarcações pequenas e de bocas abertas que colocam um conjunto de questões relativas à segurança marítima, além de não permitir ao pescador fazer uma pesca sustentável e ir um pouco mais de três milhas marítimas, onde há bancas com mais qualidade e quantidade do pescado.
“Fechamos esta semana o processo do concurso para construir seis embarcações novas, duas de oito metros e completamente apetrechados com equipamentos de segurança e de navegação marítima e preparados para ir mais além, com segurança, e construção de quatro embarcações, do tipo de traineiras, mais pequenas, de metros, totalmente equipados, para ajudar no desenvolvimento do sector das pescas na ilha do Fogo e em São Filipe”, disse.
Segundo Nuías Silva, o objectivo é, em parceria com o Ministério do Mar, criar um novo conceito à volta de empresarialização e micro-empreendedorismo das pescas e, por isso, pretende fomentar a criação de seis microempresas que serão selecionadas, através de “critérios claros”, para concessionar as embarcações para exploração.
Após um ano de exploração, será revisto o protocolo e as microempresas, constituídas por cinco elementos, sendo três homens e duas mulheres, podem assumir o compromisso de pagar, faseadamente, 50 por cento (%) do custo da embarcação, passando esta a ser propriedade das microempresas.
O valor, segundo Nuías Silva, será utilizado para construir o fundo municipal de desenvolvimento das pescas e da economia azul.
Para a construção das embarcações, a autarquia de São Filipe teve o apoio das Nações Unidas e com a concessão das mesmas poderá garantir rendimento de forma directa a 30 famílias.
JR/JMV