Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se de emergência para debater Jerusalém
O mundo árabe está indignado com a decisão do presidente dos Estados Unidos de ter proclamado Jerusalém como capital de Israel. As manifestações mais expressivas acontecem na Turquia. O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai reunir-se de emergência na sexta-feira. O Hamas veio apelar a uma "nova intifada".
“Só podemos fazer face a uma política sionista defendida pelos Estados
Unidos lançando uma nova intifada”, declarou o chefe do Hamas, Ismaïl
Haniyeh, esta quinta-feira, num apelo a uma nopva revolta popular
palestiniana.
Em Istambul, milhares de pessoas contestaram a decisão de Donald Trump.
Em Ancara, os manifestantes fizeram um protesto ruidoso em frente ao
consulado norte-americano. O presidente turco diz que o reconhecimento
de Jerusalém como capital de Israel vai beneficiar os grupos
terroristas.
Erdogan convocou para 13 de dezembro, em Istambul, uma reunião de
dirigentes de países muçulmanos para analisar a decisão norte americana.
Na Jordânia, nas ruas da capital, também houve protestos com os
manifestantes a exigirem o corte de relações com os Estados Unidos. O
mesmo aconteceu no Líbano, onde os refugiados palestinianos condenaram
nas ruas a medida de Donald Trump.
Para além da população, o Líbano e a Síria juntaram-se oficialmente ao
coro de críticas ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel. O
Líbano "rejeita e denuncia esta decisão e anuncia a sua total
solidariedade para como o povo palestiniano", afirmou o
primeiro-ministro libanês, Saad Hariri.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, na sua página oficial no Facebook,
considerou que "o futuro de Jerusalém não será determinado por um Estado
ou um presidente, mas pela sua história, a sua vontade e determinação
daqueles que são leais à causa palestiniana".
Estes protestos realizam-se depois de o Presidente norte-americano ter
reconhecido na quarta-feira Jerusalém como capital de Israel, ao
anunciar a mudança da embaixada neste país de Telavive para a cidade
santa.
A comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de
Israel, nem tão pouco a anexação em 1967 da parte oriental da cidade.
Israel considera a cidade santa como a sua capital “eterna e
reunificada”, mas os palestinianos defendem que Jerusalém Oriental será
um dia a capital de um Estado palestiniano. Este é um dos principais
diferendos a opor duas partes.
Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em
Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das
Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém apenas poderá ser definido
em negociações entre israelitas e palestinianos.
A data de 6 de dezembro de 2017 fica para a História como o dia em que
os Estados Unidos reconheceram Jerusalém como capital de Israel, o único
país no mundo a avançar com essa posição. O Conselho de Segurança vai
reunir-se de emergência na sexta-feira.