Sindep acusa Governo de marginalizar professores e pondera adoptar outras formas de luta na resolução das pendências

Segundo a Inforpress, a acusação do Sindep foi feita pelo vice-presidente, Jailson Lopes, durante a conferência de imprensa para proferir uma mensagem no âmbito do Dia Mundial dos Professores, tendo realçado que o referido sindicato saúda a todos que exerçam esta profissão neste dia e reconhecendo o contributo dos mesmos no desenvolvimento do país.

Avaliando a situação dos professores cabo-verdianos, o sindicalista afirmou que os mesmos continuam a ser marginalizados pelo Governo na resolução dos problemas que afectam a classe, indicando a transferência sem critérios claros, mobilidade em flagrante desrespeito e abuso do poder por parte dos gestores, reclassificação que remontam 2016 a esta data, como alguns dos problemas existentes.

Apontou ainda o pagamento dos subsídios pela na redução da carga horária em numerários aos professores do ensino básico, o congelamento da evolução da carreira, as mudanças de nível aos professores assistentes, o pagamento de horas extras aos professores do EBO que estão na pluridocência desde 2017, como outras pendências que precisam ser resolvidos.

De acordo com este responsável, o Sindep quer saber para quando as irregularidades serão resolvidas, tendo realçado que os discursos propalados pelo Governo sobre a melhoria das condições não têm sido colocados em prática.

Levando em consideração o debate parlamentar que arranca esta quarta-feira, informou que o Sindep reuniu-se com deputados de diferentes forças políticas, para abordar as questões relacionadas com as pendências e o início do novo ano lectivo, tendo frisado que entregou alguns “inputs” para ajudar o sindicato a esclarecer junto da tutela.

“Já tínhamos preparado um dossier junto do tribunal do trabalho a exigir a reclassificação dos professores, portanto, se as coisas não acontecerem e ficarem somente no discurso político podemos, caso os docentes assim o entenderem, agendar outras formas de luta, nomeadamente o recurso à greve ou manifestações, para pôr cobro às irregularidades”, ameaçou, apelando à união da classe.

Segundo ainda a Infirpress, Jailson Lopes salientou, no entanto, que a luta iniciou com a entrega do dossier no tribunal, tendo considerado a questão da reclassificação como a pendência mais preocupante que precisa ser resolvida.

“Um professor que está no sistema, que acabou de se licenciar, continua a ganhar 30 a 40 mil escudos, isso é desumano, o que diz a tutela é que não há verba, mas se esse mesmo professor sair do sistema quando é contratado um licenciado, este, é colocado logo no seu nível de formação, aparece verba para contratar uma pessoa de acordo com o seu nível e não há verba para fazer a correcção do professor que está no sistema, achamos que isto é um desrespeito para com a classe”, denunciou.

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