EUA: Trump reclama de defesa a imigrantes ilegais após ter governo paralisado
O Presidente chiou contra os democratas, que permitiram “apagão” no governo devido à recusa da Casa Branca em reconsiderar decisão sobre 800 mil jovens imigrantes que perderão em Março, a permissão para ficar nos Estados Unidos da América (EUA).
Completando seu primeiro ano na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reclamou neste sábado, 20, da postura dos parlamentares da oposição na votação que rejeitou o orçamento proposto pelo governo e acabou paralisando serviços públicos no país.
Por meio de sua conta no Twitter, seu canal favorito de comunicação, Trump disse que os democratas se preocupam mais com os "imigrantes ilegais" do que com a segurança do país. "Os democratas estão mais preocupados com imigrantes ilegais do que com nossa importante segurança militar na perigosa fronteira no Sul. Eles poderiam facilmente ter feito um acordo, mas decidiram permitir o “apagão”, escreveu o presidente.
A declaração se deve ao facto de os congressistas democratas terem-se negado a votar a favor do governo sem que a Casa Branca aceitasse apresentar uma solução aos jovens intitulados dreamers (sonhadores), que chegaram aos EUA ilegalmente, quando eram crianças e foram autorizados a permanecer no país por obra do ex-presidente Obama. Entretanto, o programa foi extinto sob a gestão Trump e a benesse já concedida a cerca de 800 mil dreamers expira no dia 05 de Março deste ano. A partir dessa data, esse contingente de jovens poderá ser deportado.
Porém a Casa Branca se recusa a negociar uma extensão do programa que beneficiou os “dreamers” durante o governo de Barack Obama. Líderes dos partidos Democrata e Republicano no Congresso concordaram em reabrir neste sábado as negociações para tentar reverter o "apagão" do governo, que precisou paralisar serviços considerados "não essenciais" e liberou cerca de 800 mil funcionários por falta de recursos.
"Apagão" (ou shutdown )
De referir que a última paralisação do governo americano ocorreu no fim de 2013, durante a administração de Obama, e durou mais de duas semanas. Na ocasião, 850 mil funcionários pararam de trabalhar porque não havia dinheiro para pagar seus salários.
Em caso de “shutdown” , o governo federal mantém em funcionamento os serviços essenciais, como segurança, saúde, justiça, aposentadorias e o controle do tráfego aéreo, mas muitos servidores deixam de ser retribuídos. Outras actividades não prioritárias, como o funcionamento de parques nacionais, devem ser interrompidas. Por conseguinte, o Pentágono já antecipou que os militares da activa permanecerão em seus postos, evitando efeitos sobre as operações contra o Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque, por exemplo.
No entanto, o secretário de Defesa, James Mattis, alertou que a paralisação poderá causar consequências nas actividades de treinamento, manutenção e inteligência.
Já o presidente americano aproveitou suas mensagens, criticando os democratas para fazer um apelo ao eleitorado que irá às urnas neste ano para escolher seus representantes no Poder Legislativo nos EUA. Será um importante teste para Donald Trump, que poderá ver sua governabilidade ainda mais comprometida em caso de avanço da alternativa democrata. "Nós precisamos de mais republicanos em 2018 para ter mais poder contra essa bagunça", bradou o presidente.