Fogo: Delegado do MAA diz que a manifestação dos agricultores não tinha razão de ser
“A manifestação realizada ontem por alguns agricultores da zona sul do Fogo não tinha razão de ser, pois que reivindicam mais água e o não pagamento das dívidas”. O entendimento é do delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA), Jaime Ledo, que deixa claro, durante uma conferência de imprensa realizada hoje,24, todo o trabalho que está sendo feito pelo ministério para disponibilizar água aos agricultores da zona sul da ilha. Ledo lança um repto aos agricultores para se sentarem à mesma mesa com MAA no sentido de se analisar também o pagamento das dívidas de fornecimento da água. “O ministério tem toda a abertura para a negociação individual dessas dívidas e os agricultores que manifestaram sabem disso. Conhecem também o posicionamento justo do ministério em relação à dívida”,avisou.
Para Jaime Ledo, “os agricultores, em vez de procurarem resolver institucionalmente as suas questões, deixaram-se mover por aqueles que pretendem agitar a situação e que se calhar têm outras motivações, sobretudo um dia depois de o ministro ter explicado a situação no Parlamento. Convém dizer que nem todos os agricultores se revêm nesta ação. A maior parte procura resolver as suas pendências em diálogo construtivo com a delegação do Ministério”.
O responsável do MAA relembra que o porta-voz dos agricultores, que esteve à frente da última manifestação, já tinha liderado uma outra ação semelhante, tendo sido depois recebido pelo próprio Ministro da Agricultura e Ambiente, que lhe explicou a situação e lhe informou das ações levadas a cabo e em curso pelo ministério a favor dos agricultores daquela zona.
“Este Senhor, um licenciado e professor em exercício, que efetivamente não tem na agricultura a sua principal fonte de rendimento, disse ao ministro que se mostrava arrependido de tal ato, mostrando-se que compreende perfeitamente a situação e o posicionamento do ministério. Inclusive recebeu a visita do ministro e duma delegação técnica na sua propriedade, onde lhe foram explicadas as técnicas de poupança de água”, explica o delegado.
Pagamento das dívidas
O mesmo não deixa de referir que “existe de facto a situação das dívidas que devem ser pagas. O ministério tem toda a abertura para a negociação individual dessas dívidas e os agricultores que manifestaram sabem disso”.
No entanto, o delgado pelo MAA na ilha, reconhece que a situação da água naquela zona “nunca foi fácil e o Ministério vem desenvolvendo muitas ações concretas para a resolver. Enumerou varias acçoes desenvolvidas como formação continua dos agricultores em técnicas de rega e poupança de água; resolver sempre de imediato as avarias no sistema; recuperação do furo FF40 em Genebra; recuperação do Furo De Nossa Senhora e reabertura do Furo de Djeu de pena com sucesso. Anuncia que esta semana o MAA vai iniciar ensaio de bombagem e seu equipamento, o que deve contribuir em mais 170 m3/Dia. Realçou ainda a reparação e substituição da bomba do estação de bombagem de Sebastião Dias.
Jaime Ledo conclui, garantindo que até finais de Março “vamos ter mais três furos equipados na zona norte”.
Protestos à carência de água
Entretanto, é de lembrar que mais de 80 por cento dos 122 agricultores de regadio da zona sul da ilha do Fogo saíram, na última terça-feira,23, à rua, na cidade de S.Filipe, em protesto à penúria prolongada de água para o cultivo da terra. A iniciativa visou denunciar a situação que se arrasta há mais de dois meses, ao mesmo tempo que serviu de alerta para aquilo que consideram ser “incompetência técnica e uma irresponsabilidade inaceitável por parte do atual Governo do MpD”. Indignados, os agricultores perguntam ainda, durante a passeata pela cidade dos sobrados, onde está «a solução prometida pelo Governo de Ulisses Correia e Silva».
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