Dois ex-secretários de Estado de Sócrates acusados de peculato pelo MP

O Ministério Público acusou dois ex-secretários de Estado do Governo de José Sócrates do crime de peculato por terem utilizado em benefício próprio cartões de crédito atribuídos para fins públicos. Fonte ligada ao processo disse à Lusa que se trata de José Magalhães e José Conde Rodrigues.

Uma nota divulgada esta terça-feira pela Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) indica que o Ministério Público requereu o julgamento em tribunal coletivo de dois secretários de Estado do último Governo de José Sócrates, em funções entre 2009 e 2011, sem revelar os nomes. "Os cartões de crédito que lhes foram atribuídos para fins públicos em benefício próprio, adquirindo bens para uso pessoal, nomeadamente adquiriram livros e revistas que não se enquadravam no âmbito funcional ou de serviço, quer pela sua temática, quer pela sua natureza, que não reverteram a favor do Estado, produzindo no erário público prejuízo pecuniário", lê-se numa nota publicada pela PGDL.

Segundo a Procuradoria, os dois ex-secretários de Estado estão sujeitos às medidas de coação de Termo de Identidade e Residência (TIR), tendo o Ministério Público deduzido pedido de indemnização civil em representação do Estado português.

Na origem do processo está uma denúncia apresentada pela Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) “contra incertos relativa a determinados procedimentos adotados no âmbito dos Gabinetes Ministeriais e das Secretarias Gerais do XVIII Governo Constitucional (relacionados com a atribuição e utilização de cartões de crédito, com a utilização de cartões de crédito coexistente com o pagamento de despesas de representação através do Fundo de Maneio dos Ministérios, etc.) os quais nos termos da denúncia seriam suscetíveis de integrar a prática de ilícito criminal”.
Arquivamento parcial da queixa
Contudo, o Ministério Público decidiu-se pelo arquivamento parcial da queixa, "em grande parte, por falta de indícios suficientes da prática de ilícito criminal".

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