Fogo: Insuficiência de ração preocupa os criadores que dispõem de vales cheques mas não podem adquirir o produto


A insuficiência de ração a nível da ilha do Fogo tem preocupado os criadores de gado que, apesar de disporem dos vales cheques, não podem adquirir o produto para alimentar os seus animais.


Desde 05 de Janeiro até este momento, a delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) já distribui aos criadores mais de 11 mil vales cheques, correspondente a mais de três mil contos para os apoiar na aquisição de ração, mas as duas empresas seleccionadas para fornecer ração só conseguiram disponibilizar uma média de mil sacos, estando muitos criadores dos três municípios na posse do documento sem poder adquirir o produto.


Numa ronda efectuada quinta-feira às duas unidades, a Inforpress soube que a Suinave disponibilizou cerca de 300 sacos de ração aos criadores e que Upranimal um pouco mais e que a soma poderá atingir os mil sacos de ração disponibilizados no quadro do acordo.


Informações recolhidas junto da representação das duas empresas indicam que a ração chega em pouca quantidade, lotes de 100 a 200 sacos, sendo que a última quantidade recebida quer pela Suinave quer pela Upranimal data-se do dia 27, sábado, sendo 200 sacos para cada uma das empresas e foram vendidos na segunda-feira, 29. Desde então, os criadores têm estado a procurar este produto mais sem sucesso.


Segundo informações recolhidas, a próxima remessa de 200 sacos para cada uma das unidades, chega à ilha no fim-de-semana e devem ser comercializados na próxima segunda-feira, mas não é suficiente para cobrir as demandas dos criadores.


Alguns criadores de Santa Catarina do Fogo na posse de vales cheques já efectuaram ao menos duas deslocações à cidade de São Filipe, onde estão sedeadas as duas unidades responsáveis pela venda de ração, para aquisição do produto, mas sem sucesso, enquanto outros estão a solicitar os condutores esta tarefa, entregando-lhes bilhete de identidade, vales cheques e a quantia necessária para aquisição, evitando assim a “maçada” de se deslocar a São Filipe.


Para a primeira fase, o Governo disponibilizou 12 mil vales cheques para a ilha do Fogo, sendo que nos municípios de Santa Catarina e Mosteiros quase todos já foram contemplados, faltando cobrir algumas localidades do município de São Filipe, que tem o dobro de efectivos dos outros dois municípios, e segundo uma fonte da delegação, as zonas mais importantes já foram contempladas.


Encontra-se na ilha uma equipa do Ministério da Agricultura e Ambiente ligada ao programa de emergência para mitigar os impactos do mau ano agrícola, sector de salvamento de gados, tendo reunido na quinta-feira com Associação de Solidariedade Social para o Desenvolvimento, Soldifogo, uma das instituições de micro-finanças, e com a própria equipa técnica da delegação do MAA.


Manuel da Luz Alves, da Soldifogo, contacto pela Inforpress após o encontro , disse que existe a possibilidade de reforço do montante disponibilizado para concessão de créditos aos criadores e agricultores, mas que de momento não foi definido o montante.


Este acrescentou que o montante disponibilizado inicialmente, no valor de oito mil e 500 contos, já esgotou e que a instituição concedeu uma centena de créditos, indicado que como os pedidos pendentes, a rondar uma meia centena, seria necessário que o Governo injectasse pelo menos mais oito mil contos para satisfazer essas necessidades.


Com relação à OMCV, outra instituição de micro-finanças que está concedendo critérios, não foi possível contactar a agente de crédito para saber se existem pedidos pendentes e a necessidade de reforçar o valor destinado a créditos.


Infopress


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