Bélgica começa a julgar suspeito dos ataques de Paris de 2015

Salah Abdeslam foi capturado em Bruxelas quatro meses depois dos ataques que em novembro de 2015 fizeram 130 mortos e centenas de feridos num raide mortífero levado a cabo na capital francesa por vários grupos de terroristas. Começou a ser julgado esta segunda-feira, não pelos atentados de Paris, mas por tentativa de homicídio de membros das forças especiais. A procuradoria belga pede 20 anos de prisão. A 15 de março de 2016, Salah Abdeslam, francês de origem marroquina (pais) nascido na Bélgica, foi encurralado por forças especiais belgas num apartamento da capital belga juntamente com Sofien Ayari, tunisino que combateu na Síria, e Mohamed Belkaid, argelino.

Mohamed Belkaid, um combatente que já havia sido ferido duas vezes em Raqqa, o bastião do Estado Islâmico na Síria, abriu fogo assim que as forças especiais se aproximaram do apartamento. Belkaid, que se acredita ter coordenado por telefone os vários terroristas na noite de 13 de novembro de 2015, acabaria por morrer no hospital, mas permitiu a fuga dos companheiros, que seriam capturados três dias depois no Bairro de Molenbeek.

A representante da Procuradoria belga, Kathleen Grosjean, pediu 20 anos de prisão para ambos os acusados, o máximo na Bélgica para a tentativa de assassinato de um polícia, com a garantia acessória de que cumprirão um mínimo de dois terços da pena. Grosjean defendeu perante o tribunal que era clara a intenção de matar: "Foi uma autêntica cena de guerra aquela com que a polícia se deparou. É um milagre que ninguém tenha morrido".

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