Ex-Presidente sul-coreana Park Geun-hye condenada a 24 anos de prisão
Park Geun-hye, a primeira mulher eleita para a Presidência da Coreia do Sul, destituída no ano passado no quadro de um processo de corrupção, foi esta sexta-feira condenada a uma pena de 24 anos de prisão. O tribunal condenou ainda a ex-Chefe de Estado ao pagamento de coimas num montante de 18 mil milhões de wons, ou 13,8 milhões de euros.
Debaixo de múltiplas acusações de corrupção, a conservadora Park Geun-hye foi afastada da Presidência da Coreia do Sul e detida em março de 2007. O escândalo deu azo a grandes manifestações em todo o país. E acabou por desembocar na eleição de Moon Jae-in, um nome do centro-esquerda, para o mais alto cargo político do país.
As investigações destaparam uma Presidência fortemente influenciada por
Choi Soon-sil, “amiga e confidente” de Park, sem qualquer cargo oficial,
que a imprensa sul-coreana chegou a apelidar de Rasputin – o místico
russo próximo da família do czar Nicolau II.
Foram ambas acusadas de terem recebido pagamentos de importantes grupos
económicos da Coreia do Sul em troca de favores políticos. Luvas que
atingiram milhares de milhões de wons.
“As somas que a acusada recebeu ou exigiu, em colaboração com a senhora
Choi, ascendem a mais de 23 mil milhões de wons”, apontou esta
sexta-feira o juiz Kim Se-yoon, após ter dado como provadas acusações de
corrupção, abuso de poder e coerção que pendiam sobre a ex-Presidente.
“Condeno a acusada a 24 anos de prisão e 18 mil milhões de wons em multas”, concluiu o magistrado.
Manifestações à porta do tribunal
A pena ficou, ainda assim, aquém dos 30 anos de prisão e das coimas de
118,5 mil milhões de wons, ou 89 milhões de euros, que a acusação
reclamou.
A ex-Presidente estava acusada de ter aceitado ou de ter visto
prometidos pagamentos, em conluio com Choi Soon-sil, num total de 59,2
mil milhões de wons (45,5 milhões de euros) por parte dos grupos
sul-coreanos Samsung, Lotte SK.
Foi também acusada de ter levado 18 empresas a “doar” 77,4 mil milhões
de wons (59,4 milhões de euros) a um par de fundações controladas por
Soon-sil, condenada em fevereiro a 20 anos de prisão.
Lee Jae-yong, vice-presidente da Samsung Electronics e herdeiro do
grupo, foi condenado em agosto a uma pena de prisão de cinco anos.
Todavia, ao fim de quase um ano de cadeia, um tribunal de recurso
comutou-lhe a pena, ordenando a sua imediata libertação.