Rússia acusa EUA de recusarem encarar a realidade sobre alegado ataque químico
A Rússia acusou hoje os Estados Unidos e os seus aliados de "se recusarem a encarar a realidade" sobre o alegado ataque químico atribuído ao regime sírio em Douma, na região de Ghouta Oriental.
"Vejam a postura não-construtiva adotada por alguns países, incluindo os Estados Unidos. Eles recusam-se a encarar a realidade", denunciou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acrescentando que "ninguém entre eles fala da necessidade de se realizar uma investigação imparcial".
"Criar atalhos e emitir vereditos sem qualquer investigação é uma antiga tradição" dos ocidentais, afirmou, acrescentando que se a ameaça de uma forte reação de Washington "reduz certamente o espaço de manobras para os esforços diplomáticos, isso não significa que o lado russo pretenda parar de trabalhar ativamente na esfera diplomática".
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou com uma resposta militar ao regime sírio depois do ataque que matou pelo menos 40 pessoas, segundo os Capacetes Brancos, equipa de resgate síria na zona rebelde, e uma organização não-governamental (ONG) norte-americana.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Mikhail Bogdanov, disse que a situação "é séria" e acusou Washington de espalhar "informações falsas para encontrar um pretexto" para uma ação militar.
"Pedimos aos ocidentais que abandonem a retórica de guerra", disse na ONU o embaixador russo Vassili Nebenzia, na segunda-feira à noite.
Vassili Nebenzia alertou para "graves consequências" no caso de uma ação armada ocidental e lembrou que, de acordo com Moscovo, "não houve ataque químico" em Douma.
O espetro de uma resposta militar também foi revivido na segunda-feira, após o disparo de mísseis contra a base militar T-4, do regime sírio, no centro da Síria.
Entretanto, Israel foi acusado por Damasco e os seus aliados russos e iranianos de autoria deste ataque, que matou 14 pessoas.