Síria. Theresa May passa à ofensiva no Parlamento
A primeira-ministra britânica prepara-se esta segunda-feira para novos ataques, desta vez políticos e internos. O Parlamento reabre após as férias da Páscoa e o Governo pediu uma sessão parlamentar de urgência.
O Reino Unido participou ao lado dos Estados Unidos e da França no
ataque a alvos sírios específicos alegadamente ligados ao armazenamento e
produção de armas químicas.
Theresa May quer explicar aos deputados a sua decisão de envolver o país
nos ataques à Síria, na madrugada de sábado passado, sem lhes pedir
autorização.
May deverá explicar aos deputados que os bombardeamentos aéreos foram
"do interesse nacional britânico" e visavam evitar mais sofrimento
devido à utilização de armas químicas.
Deverá também sublinhar que tiveram um apoio generalizado da comunidade internacional.
A exigência de que os deputados confirmem que a participação britânica
se justificou será outro passo importante, sobretudo em caso de novos
ataques.
Na corda-bamba
O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, pronunciou-se veementemente contra os
ataques, classificando-os como "ilegais" e afirmando que nunca se deveriam ter
realizado sem a aprovação das Nações Unidas - e da Rússia.
Já tinha também exigido a consulta parlamentar sobre a decisão de envolver o Reino Unido nas ações militares contra a Síria.
A primeira-ministra limitou-se a convocar quinta-feira de urgência o seu gabinete para dar parte
aos ministros dos planos que se desenvolviam, e avançou após receber o
seu apoio.
O debate deverá durar seis horas mas o mecanismo parlamentar não prevê
qualquer votação vinculativa. Os deputados poderão no máximo confirmar a
sua oposição às decisões de May, referindo apenas que o Parlamento
"considerou a questão".
May pretende pedir aos deputados para votar sobre se foi ou não correto
da parte do Reino Unido envolver as suas forças militares.
Esta segunda-feira, a secretária para o Desenvolvimento Internacional,
Penny Mordaunt, referiu que teria sido uma "loucura" alargar aos
deputados a decisãom, quando estes não podiam aceder a informações
classificadas.
Um argumento que May poderá retomar no debate.