Bruxelas melhora previsões de crescimento da economia portuguesa

A Comissão Europeia melhora as suas previsões para o crescimento da economia portuguesa, em relação às previsões de Inverno, passando de 2.2% para 2.3% este ano e de 1.9% para 2% em 2019.

O crescimento previsto deve-se ao aumento das exportações e do consumo interno e que se mantém estável apesar de um abrandamento, em relação a 2017. O setor do turismo deverá manter-se como um dos pilares do crescimento da economia, a par das exportações no setor automóvel.

Nas previsões de primavera divulgadas hoje, Bruxelas estima que o crescimento do Produto Interno Bruto português "continue robusto", depois de uma "forte aceleração" no ano passado, quando a economia avançou 2,7%.
Défice influenciado pela banca
Em relação ao défice, irá manter-se abaixo de 1%, prevendo a Comissão que se situe em 0,9% no próximo ano, devido à necessidade de apoios do Estado ao setor bancário, nomeadamente na capitalização do Novo Banco. A recuperação será acentuada em 2019, devendo o défice fixar-se em 0,6%.

A Comissão Europeia projeta um défice orçamental português de 0,9% do Produto Interno Bruto este ano, "com o impacto de outras operações de apoio à banca, em particular a ativação do Mecanismo de Contingente de Capital do Novo Banco (0,4% do PIB), enquanto o défice excluindo medidas extraordinárias deve melhorar para 0,5% do PIB".

A estimativa da Comissão fica acima do previsto pelo executivo liderado por António Costa que, no Programa de Estabilidade, estima um défice de 0,7% do PIB este ano, incluindo o empréstimo que o Estado terá de fazer ao Fundo de Resolução para recapitalização do Novo Banco.

No documento, enviado a Bruxelas no mês passado, o Governo assume uma despesa de 792 milhões de euros (cerca de 0,4% do PIB) com o Fundo de Resolução entre as medidas temporárias deste ano, mas o ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou que o empréstimo do Estado será de cerca de 450 milhões de euros.

A projeção de défice feita por Bruxelas para 2019 é superior à estimada pelo Governo, que prevê um défice de 0,2% do PIB.

Para as projeções deste ano e do próximo, a Comissão Europeia admite alguns riscos que podem fazer com que o défice orçamental venha a ser pior do que o previsto: incertezas em torno das projeções macroeconómicas e "outras medidas potenciais de apoio ao setor bancário".
Taxa de desemprego nos 7,7% em 2018
Quanto à taxa de desemprego, depois de uma melhoria substancial no ano passado, a recuperação deverá abrandar, descendo para 7,7% em 2018 e para os 6,8% no próximo ano. Bruxelas espera ainda para este período um aumento dos salários e o descongelamento das carreiras no setor público.

Para as projeções deste ano e do próximo, a Comissão Europeia admite alguns riscos que podem fazer com que o défice orçamental venha a ser pior do que o previsto: incertezas em torno das projeções macroeconómicas e "outras medidas potenciais de apoio ao setor bancário".

Em termos estruturais, Bruxelas admite que o saldo piore cerca de 0,5% do PIB até 2019.

No que diz respeito à dívida pública, o executivo comunitário prevê uma queda de 125,7% em 2017 para 122,5% em 2018 e para 119,5% em 2019, ligeiramente abaixo do estimado pelo Governo (redução até 118,4% no próximo ano), "devido sobretudo a excedentes orçamentais primários e um elevado crescimento do PIB nominal".

c/Lusa

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