Electra a caminho da segunda privatização
O Vice-Primeiro-Ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, garantiu, hoje,02, que a Electra será privatizada no horizonte 2019/2020, de acordo com os moldes que o estudo a ser feito vier a indicar. A confirmar, será a segunda privatização da Empresa Nacional de Electricidade e Água a ser feita, depois da primeira efectuada pelo governo do MpD na década de 90, que não deu certo.
O anuncio de que o Estado vai sair da Electra foi foi feito, esta quarta-feira, por Olavo Correia, no final da visita que efectuou às instalações da empresa na Gambôa e Palmarejo, acompanhado do ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro. O vice-Primeiro Ministro, que também responde pela coordenação da área económica, indicou que o processo da privatização da Electra deverá passar por um estudo, decisão e posteriormente será implementado.
A confirmar, esta será a segunda privatização da empresa pública responsável pela produção de energia e água em Cabo a ser feita, depois da primeira tentativa mal sucedida que aconteceu com o governo do MpD na década de 90. É que por falta da realização de investimentos estratégicos e de permanentes apagões registados sobretudo na Capital, o Governo de José Maria Neves saído das eleições de 2000 acabou por incompatibilizar-se com o então parceiro estratégico de Portugal. Como consequência, o Estado reassumiu a Electra, realizou fortes investimentos, acabou com os apagões que eram permanentes e apresentou, pela primeira vez na história da empresa, resultados positivos num dos anos da gestão do antepenúltimo Presidente do Conselho da Administração, Alexandre Fontes.
Mas o executivo de Ulisses Correia e Silva está, segundo asseverou hoje o Vice-Primeiro-Ministro, determinado em avançar com a nova privatização da Electra, no horizonte 2019/2020, estando por decidir que tipo de modelos e parceiros a escolher. “Neste momento temos vários modelos sobre a mesa, mas também estamos a auscultar o mercado internacional e em função disso iremos analisar com calma qual será o melhor modelo e que nos permita ser independente em relação aos combustíveis fosseis, utilizar cada vez mais as energias renováveis no fornecimento de electricidade aos cidadãos, reduzir a factura energética, fazer uma gestão inteligente para que possamos combater as perdas técnicas e comerciais e produzir energia suficiente para abastecemos todas as ilhas de Cabo Verde”, sublinhou Olavo Correia,citado pela agência cabo-verdiana de notícias.
Segundo a mesma fonte, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças adiantou que já receberam propostas de vários interessados, mas sublinhou que neste momento o essencial é trabalhar num modelo adequado e ideal.
Acrescenta a Inforpress que, sendo a Electra a maior empresa pública cabo-verdiana, Olavo Correia sublinhou que desde 2011 foram investidos mais de 150 milhões de euros e que caberá ao Governo garantir que os cabo-verdianos e empresas tenham energia mais limpa, barata, com fornecimento em todo o país, sobretudo com impacto enorme ao nível da redução energética.
Estratégia de reduzir custos de energia
“A nossa ideia é que até o final da legislatura possamos reduzir em 25 por cento (%) a energia energética, e acho que é possível através do combate às perdas técnicas, comerciais, mas também através de um sistema de gestão inteligente de comando eletrónico técnico”, realçou Olavo Correia, indicando que o Governo está a trabalhar na criação de um quadro que permita ao país ter mais energias renováveis.
Segundo o governante citado pela Inforpress, Cabo Verde já dispõe de 20 por cento (%) de energias renováveis que, a seu ver, é um bom número uma vez que o país está no top a nível do continente africano, mas tem espaço para avançar muito mais com um quadro regulatório claro que permitirá aos privados investir neste sector e reduzir a dependência em relação aos combustíveis fosseis.
Por seu turno, o ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, afirmou que a empresa está preparada para começar a trabalhar muito brevemente com o fuel 380, que é um combustível mais económico e que irá reduzir o custo da eletricidade. Diz a mesma tem apostado numa gestão mais eficiente de sistema energético com melhor qualidade de serviço, permitindo assim mais penetração de mais energia renovável no sistema.
Explicou ainda que Cabo Verde poderá alcançar a meta de 50 por cento (%) de energia renováveis até 2020 pela experiência que tem no sector, pelos investimentos a nível das redes, mas também pela dinâmica de investimentos privados.
“Com mais energias renováveis em condições competitivas, vamos ter energias mais baratas em mais quantidade e ficaremos menos dependente da flutuação do mercado do petróleo a nível internacional”, assegurou, segundo a Inforpress, o ministro, revelando que, com essa estratégia, vai ser possível baixar a factura da electricidade. C/Inforpress