China é o peso pesado no bicentenário de Karl Marx
Viveu até aos 65 anos, mas 200 anos depois continua a comemorar-se o seu aniversário. Amanhã, 5 de maio é o dia do bicentenário do pensador e militante político que mais influência exerceu no século XX. Na sua cidade natal, Trier, a República Popular da China quis estar presente com todo o peso de uma superpotência.
O actual regime chinês seria provavelmente um dos mais abominados pelo "Mouro", como símbolo rematado do capitalismo selvagem.
No entanto, a comemoração do bicentenário ocorre num momento crucial
para a reafirmação da China como uma das grandes potências do século
XXI.
Depois de ter ameaçado retaliar contra a política proteccionista do
presidente Donald Trump, Xi Jin Ping abriu as negociações em clima de
aparente distensão. Inversamente, depois de ter refreado a retórica do
seu protegido norte-coreano, o regime de Pequim deu novos passos na
militarização da sua presença nas ilhas Spratlys, logo causando notória
irritação na Casa Branca.
Em Trier, a pequena cidade alemã que foi berço de Karl Marx, estão
agendadas para o dia de amanhã numerosas iniciativas, desde o turismo
marxista até à inevitável manifestação antimarxista da AfD, de
extrema-direita.
Mas todos esses eventos terão de realizar-se à sombra de uma estátua de
Karl Marx, com mais de duas toneladas, oferecida pela República Popular
da China. Não tanto para lembrar a vida de Karl Marx e o sentido da sua
obra, mas sobretudo para lembrar que a China é uma potência de peso.