António Guterres condena atentados bombistas na Indonésia
Num comunicado emitido pelo porta-voz, Stéphane Dujarric, Guterres disse "estar chocado" com o uso de crianças nas ações, depois das autoridades da Indonésia terem afirmado que os atacantes eram todos da mesma família e entre eles estavam crianças e adolescentes.
Os atentados registaram-se em Surabaya, a segunda maior cidade da Indonésia, com o primeiro ataque a ocorrer na igreja cristã de Santa Maria, onde morreram quatro pessoas, incluindo um dos bombistas suicidas, disse aos jornalistas, o porta-voz da polícia local Frans Barung Mangera.
O pai fez explodir um carro armadilhado, dois filhos, de 18 e 16 anos, usaram uma moto num dos ataques, enquanto a mãe estava com duas crianças de 12 e 9 anos na terceira igreja.
O ataque, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) no mesmo dia, é o mais mortífero na Indonésia desde os atentados de 2005 em Bali, nos quais morreram 20 pessoas e mais de 100 ficaram feridas.
O secretário-geral da ONU enviou uma mensagem de condolência às famílias das vítimas mortais e desejou uma recuperação rápida aos feridos.
António Guterres reiterou ainda o "apoio das Nações Unidas ao Governo e ao povo da Indonésia nos esforços para combater e prevenir o terrorismo e o extremismo violento, que incluem a promoção do pluralismo, da moderação e da tolerância".
A província de Java oriental é um dos palcos de ataques de movimentos extremistas islâmicos, já que a sua capital, Surabaya, é uma das cidades com maior diversidade religiosa naquele que é o mais populoso país muçulmano do mundo.
Os cristãos, muitos deles da etnia minoritária chinesa, representam cerca de 9% da população da Indonésia, que atinge 260 milhões de habitantes, enquanto os muçulmanos são 88% do total.
A Indonésia declarou alerta máximo nas semanas anteriores ao Ramadão (período de jejum diurno observado pelos muçulmanos), que começa na terça-feira, por ser uma época escolhida por grupos extremistas islâmicas para realizar ataques.