Pyongyang dá "luz verde" a jornalistas sul-coreanos no desmantelamento de central nuclear
"O Governo vai tomar rapidamente as medidas necessárias para os jornalistas poderem viajar para a Coreia do Norte, fornecendo-lhes um meio de transporte", anunciou um porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul.
A Coreia do Sul está a ponderar fretar um avião para ir diretamente ao local, algo extremamente raro entre os dois países que, na ausência de um tratado de paz após a Guerra da Coreia (1950-53), continuam tecnicamente em guerra.
A Coreia do Norte deve iniciar, durante o dia, o desmantelamento de uma base nuclear em Punggye-ri e, ao que tudo indica, oito jornalistas sul-coreanos vão poder assistir à destruição dos túneis e desmantelamento dos postos de observação e das instalações de pesquisa de energia nuclear na central, trabalhos que deverão decorrer até sexta-feira.
A lista de jornalistas sul-coreanos, que se encontrava já em Pequim, foi rejeitada por Pyongyang na terça-feira, de acordo com os responsáveis da Coreia do Sul.
Foram convidados para assistirem a este desmantelamento inédito um grande número de jornalistas estrangeiros.
Na terça-feira, repórteres da China, Rússia e Estados Unidos embarcaram no aeroporto internacional de Pequim para Wonsan, na Coreia do Norte, de onde seguiram de comboio e de autocarro, durante cerca de 20 horas, até à base nuclear.
A Coreia do Norte realizou seis testes nucleares subterrâneos em Punggye-ri, tendo o último, em setembro do ano passado, sido o mais potente.
Muitos analistas declararam duvidar das promessas norte-coreanas. Em 2008, Pyongyang derrubou uma parte do centro de reprocessamento de urânio, mas continuou a desenvolver o programa nuclear.
Na semana passada Pyongyang cancelou uma reunião, agendada para 16 de maio, entre as Coreias devido à realização de manobras militares conjuntas de Seul e Washington.
A decisão precedeu uma nova ameaça, desta vez à histórica cimeira entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para 12 junho, em Singapura.
"Se os Estados Unidos tentarem encostar-nos à parede para nos obrigar a uma renúncia nuclear unilateral, deixaremos de estar interessados em tal diálogo", afirmou.
Entretanto, o chefe da diplomacia norte-americana afirmou na terça-feira estar a trabalhar com o objetivo de o encontro se realizar entre Trump e Kim se realizar a 12 de junho.
Mike Pompeo fez estas declarações depois de o Presidente norte-americano ter afirmado existir uma "possibilidade significativa" do encontro com não se realizar na data prevista.