Maienses saem sábado à rua para exigir cumprimento das promessas eleitorais
À Inforpress, o porta-voz do grupo organizador “união maiense”, José Anes, explicou que a manifestação, que vai decorrer sob o lema “Esquecendo a cor partidária, maio acima de tudo”, visa, por um lado, alertar o Governo para o facto de a ilha estar a precisar de uma reposta, e rápida, e, por outro, mostrar que o povo está ciente e descontente com a realidade atual.
“Queremos um maio melhor e um maio com tudo o que temos direito, porque fazemos parte de Cabo Verde. A ilha precisa acordar e isso vai acontecer a partir do dia 16 e vamos continuar acordados a exigir até que as nossas reivindicações forem resolvidas”, garantiu.
Segundo José Anes, uma das “grandes promessas” da campanha tem a ver com a melhoria do setor dos transportes, tanto aéreo como marítimo, lembrando que, neste particular, “ainda nada foi feito”, o que “tem vindo a atrasar o desenvolvimento do turismo na ilha”.
“Nenhum investidor quer investir no maio, sabendo que ainda persiste o grave problema de acessibilidade, e é por esta razão que o turismo na ilha ainda não começou”, frisou.
A insatisfação é extensiva a outros setores, e José Anes começou por apontar o caso dos criadores, que, devido a seca e ao mau ano agrícola já perderam a maioria dos seus rebanhos, e dos carvoeiros, que ainda não sentiram o efeito da medida anunciada pelo ministro da Agricultura e Ambiente no que tange a diminuição do preço de corte e poda das árvores.
“O programa de emergência para mitigação da seca e do mau ano agrícola ainda não chegou a ilha do maio, razão pela qual assistimos todos os dias animais a morrer de fome”, notou.
Além destes constrangimentos, José Anes lembrou que os agricultores de Cascabulho, Figueira, Pedro Vaz e Morrinho aguardam, há vários meses, pelo equipamento dos furos, nos seus povoados, uma das medidas anunciada para mitigar a seca e o mau ano agrícola.
Acrescentou ainda que os pescadores esperam também, há muito tempo, pela tomada de posição em relação as embarcações provenientes das outras ilhas que fazem a captura de isco dentro da baia.
É que segundo José Anes, parte do isco é vendida na ilha do maio e outra parte é levada para a Cidade da Praia “sem que ninguém tome medidas, sabendo que isso é permitido somente a três milhas da costa”.
Entretanto, o porta-voz do grupo organizador chamou atenção dos governantes locais para não confundirem esta manifestação como uma ação do partido da oposição (PAICV) ou da bancada na assembleia municipal OIAM.
José Anes reafirmou que esta iniciativa partiu dos maienses que “estão indignados” com a situação que se vive na ilha, razão pela qual, segundo ele, contam com apoio das “pessoas de todos os quadrantes políticos, bem como dos maienses residentes nos diversos países da diáspora”.
A manifestação está agendada pelas 16:00, com partida em frente ao edifício dos Correios seguindo pelas várias artérias da cidade do Porto Inglês e terminando no mesmo lugar do arranque.