Arranque do ano letivo com professores descontentes: SINDEP apela para greves e manifestações caso o OGE 2024 não inclua verbas para resolver as reivi
«Mais uma vez, iniciamos um ano letivo não muito diferente dos anteriores, caracterizado, por um lado, por um forte descontentamento do SINDEP e da CLASSE DOCENTE CABO-VERDIANA, visto que são muitos os professores que continuam com pendências, injustiçados, desmotivados e frustrados, e, por outro lado, há quem se vangloria com apenas a reabilitação e pintura de algumas escolas, como se os males acima referidos não merecessem consideração de quem de direito», lê-se no comunicado remetido a este diário digital de referência.
O documento realça, no entanto, que o SINDEP valoriza estes ganhos porque também, a priori, propiciam melhorias no trabalho docente, mas questiona de que vale ou quão vale estas pinturas e reabilitações nas (paredes) escolas se o seu corpo docente de não estiver bem, não se sentir valorizado e ver atendido os seus direitos.
Os vários problemas por resolver
Dirigindo-se aos associados, a liderança do SINDEP fez questão de realçar que são vários os problemas que continuam a afetar negativamente a classe e profissão, que poderiam e podem ser resolvidos com a vontade e ação de quem governa e dirige Educação no país. « Não obstante os pendentes existentes, nomeadamente a não publicação de todas as reclassificações e transições, o não pagamento dos subsídios pela não redução da carga horária e das horas extras, existem questões urgentes e que merecem toda a nossa atenção especial enquanto professores e sindicato, e que também deveriam preocupar o Ministério da Educação e o Governo, tais como a qualidade do ensino no país, uma nova grelha salarial para a classe docente, a nomeação definitiva no cargo de todos os professores e professoras que possuem os requisitos exigidos no atual (Estatuto de Carreira do Pessoal Docente ( ECPD) e o descongelamento imediato da carreira docente».
Segundo a mesma fonte, o SINDEP diz que gostaria ainda de informar os professores e as professoras do Liceu da Várzea (Praia) que o mesmo está atento à situação deles e que, caso se mostrar necessária a sua intervenção, o sindicato agirá em conformidade com a lei.
Conforme a mesma fonte, o SINDEP apela à classe docente no país para estar atenta, unida e coesa à volta da organização, sindicato que sempre esteve, está e continuará empenhado na resolução dos problemas que afetam os docentes. Reiterou o seu compromisso de tudo fazer para normalizar e valorizar a profissão, a carreira e os professores e as professoras de Cabo Verde.
«O SINDEP apela ainda ao comprometimento de todos e de cada um à causa da educação no país, continuando a desempenhar a sua profissão com nobreza, com elevação e excelência de sempre», lê-se na mensagem que vimos citando.
Apelo para luta e coesão da classe
O sindicado tranquiliza os professores e as professoras cabo-verdianos de que vai continuar atento, vigilante e determinado em vencer esta batalha de valorização e dignificação da classe docente cabo-verdiana, juntamente com todos os professores, esperando uma resposta positiva e massiva de todos e de todas quando vierem a ser chamados.
O sindicato mais representativo do sector da Educação em Cabo Verde confessa que aguarda com alguma ansiedade e preocupação a proposta de Orçamento de Estado para o ano de 2024 e alerta a todos os professores e professoras do país para também estarem atentos.
Avisa «que se os compromissos não forem assumidos na totalidade pelo Ministério da Educação e Governo da República, mobilizará toda a classe docente no país para uma luta, que é de todos e para todos», conclui a mensagem do SINDEP, desejando um bom ano letivo a todos, em especial aos seus associados e suas associadas.