ICCA capacita coordenadores pedagógicos em combate ao abuso e violência sexual sobre menores

Em declarações à Inforpress, a coordenadora do Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes 2022-2024, Ana Amílcar Silva, explicou que a acção de capacitação, que se iniciou hoje, em Assomada (Santa Catarina), vai decorrer durante três dias e tem como público-alvo coordenadores pedagógicos de todos os municípios da ilha de Santiago, Fogo, Brava, Maio, Boa Vista e São Nicolau.

Conforme anunciou, esta acção enquadra-se no âmbito do projecto Inclusão da Educação Sexual Integral no pré-escolar e no 1º Ciclo do Ensino Básico Obrigatório (EBO), dentro do plano de acção nacional, que está a ser desenvolvido numa parceria com o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde.

Nesta formação, evidenciou que além de capacitar os profissionais que vão trabalhar com esta temática da Educação Sexual no pré-escolar e EBO, pretende-se também recolher subsídios para a elaboração do guia da educação sexual, pretendendo assim “melhorá-la” antes da sua publicação.

Segundo a mesma fonte, o guia apresenta directrizes de acções que podem ser implementadas em vários níveis locais e nacionais, sublinhando que a prevenção e o combate desta problemática “exige” o engajamento e envolvimento de várias entidades.

Reforçou que quando cada entidade assume as suas responsabilidades e se envolve consegue-se fazer uma “melhor prevenção e melhor combate”.

Da parte da saúde, a coordenadora nacional do Programa de Saúde Infantil, Maria José Pereira, reconheceu a importância do plano, considerando que é importante fazer com que as crianças tenham informações “seguras e correctas” sobre a educação sexual desde muito cedo.

E para iniciar esse processo, defendeu que é preciso preparar os professores da forma como falam e abordam as crianças sobre o tema, permitindo-lhes assim preparar a criança como pode e deve agir diante das questões sobre a sexualidade, principalmente numa altura onde estão a acontecer vários casos de abuso sexual.

O intuito, destacou, é “ajudar a desenvolver uma vida saudável para as crianças”, alertando que não é somente na questão alimentar ou do desenvolvimento, mas também sobre a sexualidade e como se pode prevenir de algumas situações de risco de abuso ou violência sexual.

Por seu turno, a técnica da Direcção Nacional da Educação Alcinda Andrade enfatizou que além do guia para fazer a abordagem da educação e sexualidade está também a ser elaborada uma brochura para as crianças.

Nesse sentido, destacou a importância de se reunir para analisar a abordagem, termos e linguagem, numa discussão envolvendo profissionais de todas as ilhas, realçando que as restantes ilhas vão se reunir ainda este mês em São Vicente para poder ter um documento que vá ao encontro do contexto educativo nacional.

Com o plano, salientou, o objectivo é tentar trazer essa literacia da educação e sexualidade desde muito cedo, não só na tentativa decombater os abusos, mas também ter uma sociedade sexualmente saudável.

Dentro do contexto educativo, explicou que já há um guia de actividades curriculares que apresenta algumas temáticas que vão estar presentes também no guia para a educação e sexualidade.

Com os ‘inputs’ do encontro, vão fazer um reforço dos conteúdos e temáticas que já têm sido abordados no pré-escolar e no EBO e dar aos profissionais da educação instrumentos para trabalharem numa linguagem e abordagem única, independentemente da ilha em que se encontra inserida.

Igualmente, realçou que neste mesmo encontro vão procurar as melhores formas de abordar as famílias, reforçando que este trabalho está a ser feito em conjunto e, neste caso, a família deve estar inserida no processo, na tentativa de ter crianças saudáveis, crianças com habilidades de autocuidado e autoproteção de acordo com o nível e a idade.

A coordenadora do plano a nível nacional informou que a partir do dia 10 os coordenadores das ilhas de Santo Antão, São Vicente e Sal vão estar reunidos em São Vicente para se debruçarem sobre o mesmo guia.

O Plano de Acção Nacional de Prevenção e Combate à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, que entrou em vigor no início do ano 2022, tem por fim assegurar a implementação das políticas de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.

A Semana com Inforpress

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