PAICV na abertura do novo ano político: Estamos a viver uma grande crise de governação que só se resolve com um novo Governo -Rui Semedo
Indo mais longe, muitos garantiram, nos corredores da Assembleia Nacional, «que até antes e depois das legislativas nada irá minar ou pôr em causa a coesão interna do partido, que deve estar focado em ser alternativa de governação em 2025, face à crise que se vive no país na sequência da má governação do atual executivo do MpD, chefiado por Ulisses Correia e Silva».
Com o palácio da Assembleia Nacional cheia (ver fotos), o presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Rui Semedo, considerou, que Cabo Verde está a viver uma grande crise de governação que só se resolve com um novo Governo liderado pelo seu partido.
Segundo a Inforpress, estas declarações foram feitas durante o seu discurso de abertura do ano novo ano político e parlamentar do PAICV, que iniciou com um minuto de silêncio em honra a Georgina Benrós de Mello, que faleceu este sábado, em Portugal, vítima de doença prolongada.
Esta, lembrou o orador, foi a primeira secretária do sector urbano da Praia do PAIGC/CV, seu membro do Conselho Nacional e ainda representante do PAICV na Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP).
Democracia em causa e crises da governação
Segundo a fonte deste jornal, Rui Semedo iniciou o seu discurso enaltecendo o papel que os presidentes das câmaras têm desempenhado num contexto “difícil” para o mundo, para o país, e num momento de “grande” intolerância da oposição, ou seja, do Movimento para a Democracia (MpD) em relação às autarquias lideradas pelo PAICV.
“Vivemos também uma crise de democracia. Temos um Governo que cria todas as dificuldades, todos os obstáculos para os nossos presidentes de câmaras que cumprem a missão de servir aos seus munícipes e aos cabo-verdianos”, afirmou, acrescentando que relacionam com eles como se os recursos do país fossem de pessoas que estão lá a governar.
“Então eu acho que isso é um grande atentado à democracia”, prosseguiu Rui Semedo, que afirmou ser esta a razão mais do que suficiente para o partido juntar as forças, mobilizando todos os cabo-verdianos para “restituir” ao povo cabo-verdiano um Governo digno, que respeita a diferença, que dialoga, que respeita as câmaras, e um Governo que respeita o povo.
Dirigindo uma mensagem aos militantes, amigos e simpatizantes, mas particularmente para a juventude, disse, segundo refere a Inforpress, que Cabral e o PAICV durante todo o seu percurso mostraram à juventude cabo-verdiana o caminho da terra, mas que neste momento acontece que o Governo do MpD, mais uma vez, está a voltar a mostrar aos jovens cabo-verdianos o caminho da terra longe.
Por um novo governo do PAICV à altura dos desafios do país
“É claro que estamos a viver várias crises, crises da pobreza, de dificuldades, de aumento de custo de vida, de aumento de preço de produtos, de baixa drástica do poder de compra. Estamos a viver uma grande crise da governação porque temos um Governo insensível, um Governo que não dialoga, um Governo intolerante, um Governo que não respeita a diferença”, argumentou.
Conforme comentaram vários dirigentes antes e depois da abertura do novo ano político, «o PAICV vai estar agora focado em regressar ao poder em 2025, visando dar novas esperanças aos cabo-verdianos com o relançamento político, económico, social e cultural do país».