Fundação Maio Biodiversidade inicia plantação com primeiras plantas cultivadas no seu viveiro
Em declarações à Inforpress, o responsável dos guardiões da natureza, Jairson da Veiga, assegurou que após terem apostado na criação do primeiro viveiro na ilha, para a produção de plantas nativas, agora é o momento de as colocar no terreno.
Conforme afiançou aquele responsável, neste período de cerca de quatro meses, já conseguiram produzir plantas como tarrafes, tamarino, figueira brava, bem como calabaceira, que além das dunas poderão ser distribuídas e plantadas nas localidades.
Jairson da Veiga sublinhou, por outro lado, que tiveram de remover algumas acácias que estão a invadir o espaço dunar para poder colocar tarrafes, que são plantas apropriadas para este tipo de lugar, sublinhando que durante o corte, contaram com a colaboração das pessoas da localidade de Morrinho que praticam agricultura naquele sitio.
O próximo passo, contou Jairson da Veiga, vai ser a produção de plantas endémicas da ilha como piorno, agrião de rocha e entre outras, que vão ser plantadas nas escolas como forma de sensibilizar e dar a conhecer aos alunos da existência e da necessidade da protecção destas espécies que estão muito ameaçadas na ilha.
Para tal adiantou que está previsto a construção de alguns viveiros e hortos escolares na vila da Calheta e nas localidades de Alcatraz e Figueira, acrescentando que almejam também que esta iniciativa venha contemplar as outras comunidades com a plantação nas ruas.
No entanto, frisou que o foco vai ser na restauração do espaço dunar, que se encontrava degradada com a invasão das acácias, com a colocação de tarrafes que têm uma enorme importância no ecossistema daquele sítio, que faz parte do parque natural norte da ilha do Maio.
“Também conseguimos restaurar um poço naquele espaço que está com água doce e que vai servir para a irrigação das plantas”, enfatizou.
Para que este projecto, que foi financiado pela CEPF (Critical Ecosystem Parthership Fund) tenha sucessos, o entrevistado da Inforpress ressaltou que estão a contar tanto com as pessoas que praticam agricultura naquele sítio, como com as mulheres que foram contratadas para prestarem o serviço de corte das acácias, além das escolas da Calheta e do Morrinho que estão a participar no projecto zona + amiga do ambiente.
Toda a comunidade maiense e os turistas também devem fazer a parte que lhes cabe para o sucesso deste projecto, destacou Jairson da Veiga, informando que os vigilantes da natureza estão ainda mais preparados e capacitados para levarem avante esta iniciativa, uma vez que receberam recentemente uma acção de formação ministrada pelo INIDA (Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário).
A mesma fonte avançou ainda que durante os trabalhos de campo puderam descobrir vários tipos de plantas com enfase na “orelha de cavalo”, uma espécie rara em Cabo Verde.
Além disso, frisou que os referidos técnicos estiveram na ilha Brava para um intercâmbio com a congénere local Biflores, durante o qual puderam aprender várias técnicas de manuseamento e gestão de viveiros de plantas, que contou com o financiamento da BIOPAMA (Boideversity and Protected Areas Management).
A Semana com Inforpress