Doentes oncológicos são 90% dos pacientes dos cuidados paliativos em Cabo Verde
A afirmação é da ponto focal dos Cuidados Paliativos, Valeria Semedo, em declarações à imprensa quando falava da formação que tinha como objectivo marcar o Dia Mundial dos Cuidados Paliativo que é assinalado a cada segunda semana de Outubro e este ano sob o lema “Comunidades Compassivas – Juntos pelos Cuidados Paliativos”.
Valeria Semedo, que considera os cuidados paliativos como um desafio “importante” para ajudar as pessoas cujas doenças ameaçam a vida e geram sofrimento, ressaltou que o País começou a dar os “primeiros passos” oferecendo consultas visando aliviar a dor e assegurar o bem-estar e a qualidade de vida dos doentes.
“Já temos um plano nacional de cuidados paliativos a nível da Direcção Nacional de Saúde que está a trabalhar as estratégias que vão permitir implementar uma rede de cuidados paliativos”, disse, afirmando que o sistema de saúde já possui equipas a trabalhar nos hospitais centrais da Praia e do Mindelo neste domínio.
A ponte focal explicou ainda que se está a promover formações e capacitações para se aumentar os recursos humanos a trabalhar no sector e ajudar na implementação dos cuidados paliativos a nível da comunidade e ao domicílio.
“Para estarmos mais próximos das comunidades precisamos capacitar recursos humanos, pois trata-se de uma área que necessita de formação e recursos próprios. Este ano formamos 51 profissionais de saúde e vamos trabalhar com as delegacias de saúde para a criação de equipas comunitárias para cuidados paliativos”, informou.
A médica, que adiantou que o Hospital Agostinho Neto atendeu, de Janeiro a Julho, 405 consultas de cuidados paliativos, sublinhou que o avanço neste sector é um processo que deve ser feito com “qualidade e de forma responsável”.
Durante a tarde de hoje os participantes no evento iriam, além de outros temas, receber formação sobre a Terapêutica Subcutânea/Hipodermóclise, cujo objectivo é apresentar as noções básicas teóricas e práticas necessários para capacitar os profissionais quanto a técnica de inserção, manipulação, manutenção e retirada de cateter na via subcutânea, permitindo adquirir competências para o manuseio de difusores eletrométrico.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua o termo cuidados paliativos como uma série de acções assistenciais em saúde voltadas a pessoas que apresentam um quadro grave ou avançado de determinada doença e sem previsão de cura.
A Semana com Inforpress