Médica cabo-verdiana defende criação de orçamento fixo direcionado à emergência hospitalar

A especialista fez essas declarações à Inforpress, em Lisboa, e indicou que surgiu a oportunidade de, conjuntamente com os colegas da Universidade de Santiago, os bombeiros e a Protecção Civil em Cabo Verde, e tem vindo a colaborar nas áreas de Saúde no Trabalho e de Emergência Pré-hospitalar e Inter-hospitalar.

Segundo a especialista, essas áreas tem uma “lacuna” no arquipélago. Por isso é categórica em afirmar que na área de Emergência Médica em Cabo Verde, a prioridade nesse momento é a aquisição de ambulâncias, uma realidade que já conseguiu constatar nos vários quartéis de bombeiros ao longo da ilha de Santiago.

Ana Lúcia Gomes afirmou ter ficado “um pouco impressionada” com a constituição das ambulâncias, que “infelizmente são muito precárias, antigas” e, em termos de conteúdo, “muito escasso para prestar socorro de qualidade para a população”.

“Para resolver essa situação, talvez seja possível haver por parte do poder, um orçamento direccionado para isso, ou seja, ter uma verba que deveria ser fixada anualmente para possibilitar que quem trabalha nessa área de emergência hospitalar, tivesse disponível para adquirir esses meios”, frisou, indicando que quando fala do poder, está a referir-se ao poder local e ao Governo.

Conforme ainda a Inforpress, sublinhou que essas verbas seriam para aquisição de ambulâncias, mas também a nível, por exemplo, de prevenção e combate aos incêndios, já que os bombeiros também actuam nessas duas áreas, do combate ao incêndio e na parte da saúde pré-hospitalar.

Se houvesse um orçamento fixo e anual seria uma mais-valia para não depender, total e exclusivamente, que é o que se está a passar nesse momento, da boa vontade comunitário”, disse, referindo ao facto de a maioria das ambulâncias em Cabo Verde ser doação.

A médica cabo-verdiana, que trabalha no Hospital de Aveiro e é médica de Trabalho em várias empresas em Portugal, garantiu que vai continuar a dar a sua contribuição nessa área, sustentando que nesse âmbito e com a ajuda da Associação de Saúde e Solidariedade da Diáspora Cabo-verdiana (ASSD-CV), da qual faz parte, já começou a ministrar algumas acções de formação.

Segundo a fonte deste jornal, essas formações têm sido dirigidas a profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiros, médicos, e ainda a socorristas e bombeiros, mas talvez mais tarde seja possível fazer com a população, em geral, como nas escolas ou jardins de infância, e começar a educar as crianças nessas áreas.

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