Crise no sector de saúde: Sindicatos anunciam greve nacional dos profissionais de saúde entre 15 e 17 de Novembro

Em conferência de imprensa no Mindelo, o secretário permanente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), Luís Fortes, explicou que houve uma reunião com os trabalhadores da saúde, de onde saiu a decisão de greve nacional, que terá duração de 72 horas.

“Os trabalhadores mostraram-se revoltados e descontentes, face ao arrastar das pendências laborais, há vários anos e lamentam a não assunção, por parte do Ministério da Saúde, de nenhum compromisso com os sindicatos, no sentido de se resolver algumas das reivindicações constantes do caderno reivindicativo, no final deste ano e no decorrer de 2024”, declarou Luís Fortes.

Os profissionais exigem a revisão do salário base do pessoal de apoio, bem como aumento das remunerações das horas extras, a criação de um subsídio de risco para estes profissionais, bem como dos médicos e enfermeiros.

Ao mesmo tempo, os sindicatos pedem a publicação do regulamento da carreira médica e implementação de um descanso semanal para os profissionais do regime de turno, assim como a integração dos médicos e especialistas na carreira e a criação da carreira de técnicos de saúde, gestão e sistema.

Esta luta, como diz o porta-voz do grupo, já dura há algum tempo, pelo que os sete sindicatos que representam milhares destes profissionais nacionais da saúde reuniram-se com os trabalhadores depois do encontro com a ministra da Saúde no passado sábado.

“Dos encontros que tivemos não houve um comprometimento, achamos que com um pré-aviso de greve o ministério tomará isso mais a sério e poderá criar condições para atender a estas reivindicações”, indicou.

Para que a greve não se efective, o representante da classe médica, Tito Rodrigues, garantiu que o ministério deverá “mudar a atitude em relação aos profissionais da saúde e aos sindicatos”, dizendo que o encontro com a ministra da saúde foi solicitado em Janeiro deste ano, mas só foram recebidos em finais de Outubro.

“Isso denota a consideração que demonstra ter pelos profissionais da saúde. A sua atitude também durante o encontro que tivemos pareceu assumir para depois recuar, é um aspecto também que não abona na sua vontade inicial em aceder a reivindicações que são antigas”, acredita o médico Tito Rodrigues, que fala de reivindicações que duram desde 2018.

Além do Sintap, subscreveram este pré-aviso de greve o Sindicato dos Transportes, Comunicações e Administração Pública, o Sindicato Livre dos Trabalhadores de Santo Antão, o Sindicato da Indústria, Serviços Comércio, Agricultura e Pesca, o Sindicato do Comercio, Transporte, Telecomunicações e Administração Pública, o Sindicato dos Médicos de Cabo Verde e o Sindicato Nacional dos Democráticos dos Enfermeiros.

A greve terá início às 08:00 do dia 15 de Novembro e término à mesma hora do dia 18, devendo afectar todos os departamentos e serviços de saúde nas ilhas. A Semana com Lusa

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