Pescadores dizem que pesca na região “foi abandonada” pelo Governo

O sector da pesca em Santiago Norte está de cabeça virada para baixo e está abandonado pelo Ministério do Mar. Não há investimentos e os pescadores e peixeiras não têm recebido apoios como os agricultores e criadores de gado”, afirmou à Inforpress José Rui de Oliveira.

“Por altura das ‘azágua’ o Ministério da Agricultura e Ambiente apoia os agricultores e criadores de gado a vários níveis, mas os pescadores quando o mar está revolto, que as vezes demoram três a quatro meses em terra, não recebem nada do Ministério do Mar”, comparou o também presidente da Associação dos Pescadores e Peixeiras de Ribeira da Barca (APPRB), em Santa Catarina.

Considerando que falta de investimentos no sector marítimo na região Norte da ilha de Santiago “é visível”, o líder associativo assegurou que a pesca actualmente se resume apenas ao registo do pescado, e que nas comunidades piscatórias não há uma presença das autoridades marítimas.

“A pesca em Santiago Norte é um sector abandonado pela agenda política do Governo”, insistiu, notando que não há sinais de mudança no Orçamento do Estado para 2024.

Além de apoios aos pescadores, o também pescador e armador pediu construção de cais de pesca, sobretudo nas vilas piscatórias de Rincão e Ribeira da Barca, no município de Santa Catarina, e arrastadouros em todas as comunidades piscatórias de Santiago Norte.

Na ocasião, José Rui de Oliveira lamentou ainda o facto de a região estar a ser “discriminada” em relação às outras regiões, tomando como exemplo apoio de fibragem de embarcações de pesca.

É que, conforme lembrou, os 25 pescadores não têm ido ao mar para que o processo de fibragem possa ser “bem-sucedido”, mas, de momento, quer os pescadores, quer os proprietários das embarcações estão a dizer que foram “enganados” pela associação que dirige e pelo Ministério do Mar.

Daí que pediu mais uma vez celeridade no processo de fibragem de embarcações de pesca, que prevê beneficiar 25 pescadores de Ribeira da Barca, num projecto orçado em 2.500 contos.

O mesmo enquadra-se no âmbito do edital número um para fibragem de embarcações de pesca artesanal, financiado a 100 por cento (%) pelo Ministério do Mar, através do Fundo Autónomo das Pescas.

Visa conferir “maior segurança, maior praticidade, reduzir o gasto de combustível e o tempo de manutenção” das embarcações.

A Semana com Inforpress

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