Líder do PAICV acusa Janira de estar por detrás do chumbo de Démis Lobo para líder do grupo parlamentar

A anterior líder tem as mãos neste processo e fê-lo claramente. Organizou as pessoas e contactou-as”, disse Rui Semedo em conferência de imprensa convocada, esta manhã, para esclarecer sobre a eleição do novo líder parlamentar do partido indicado pela comissão do PAICV e que não foi aceite pelos deputados do grupo.

Questionado se a intervenção de Janira Almada neste processo foi com o propósito de fazer cair Rui Semedo, o actual presidente do PAICV negou, respondendo nestes termos: “ela sabe que tenho um mandato e que vou cumpri-lo de forma estatutária até ao fim”.

Face à situação, o presidente do PAICV afirmou que vai ter de discutir com os deputados e até com a antiga líder para a criação de um ambiente que favoreça e permita um funcionamento normal do partido.

Para isso, indicou que a proposta do PAICV para a liderança parlamentar vai ser negociada com todos para que possam conseguir votos favoráveis, apesar de reconhecer uma derrota face à sua liderança, nesta matéria, mas prometendo trabalhar melhor a sua chefia no partido.

Esclareceu que a indicação do deputado Démis Lobo para liderança do grupo parlamentar fez-se com base no critério capacidade, competência, desempenho e reconhecimento de que este tem tido no grupo parlamentar e na sociedade.

“Tem-se falado muito nas questões de procedimento dos processos, mas é preciso dizer que temos um estatuto que é uma espécie de uma constituição do partido, assim como um regulamento interno do grupo parlamentar. Neste caso prevalece os estatutos que estão numa hierarquia superior”, realçou, sublinhando que os resultados das eleições não foram favoráveis, tendo os deputados demonstrado que não estão de acordo com a proposta da comissão política.

Segundo Rui Semedo, o voto contra dos 18 deputados do partido leva-o a assumir as suas responsabilidades enquanto presidente já que reconhece não ter conseguido apoio “suficiente” do seu grupo parlamentar.

Refere que a sua responsabilidade é também para com os 30 mil militantes do partido, pelo que promete, enquanto dirigente máximo do PAICV, construir um partido forte, unido e com bom desempenho externo.

Chama a atenção pelo facto de que os deputados que votaram não foram escolhidos pelas mãos da anterior líder do partido, Janira Almada, daí pensar que o sentimento de gratidão falou mais alto que as decisões políticas do partido.

Recordou, no entanto, que a democracia funciona assim, pelo que diz respeitar a decisão dos deputados do PAICV.

Este líder partidário prometeu reanalisar o processo e escolher uma nova proposta, assim como um diálogo com o grupo parlamentar e os deputados. A Semana com Inforpress

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