Empresas estatais cabo-verdianas reduziram prejuízo em 73% em 2022

As 35 empresas analisadas (de um total de 43 participadas pelo Estado) registaram um prejuízo de 1,1 mil milhões de escudos (10,4 milhões de euros) em 2022 face a 4,2 mil milhões de escudos (38,5 milhões de euros) em 2021.

O volume de negócios cresceu em cerca de um terço, refletindo a recuperação da economia no período pós-pandemia, com um impacto positivo da atividade das empresas públicas: os resultados operacionais (antes de juros e impostos) quase duplicaram.

Por outro lado, o Estado também aumentou as transações para as empresas do setor público (capitalização, avales, subsídios e transferências) que cresceram 35,8% entre 2021 e 2022, para um total de sete mil milhões de escudos (63,8 milhões de euros).

“As empresas necessitam de contrair empréstimos em condições preferenciais visando, por exemplo, reduzir o custo do financiamento e, consequentemente, o risco para a entidade que concede o empréstimo”, justifica-se no relatório.

Por outro lado, “devido às dificuldades que algumas empresas do setor público empresarial apresentaram durante a crise pandémica e, consequentemente, para a retoma das suas atividades, o Estado teve de garantir a continuidade das operações e o normal funcionamento das mesmas, protegendo o emprego e o rendimento das famílias e das empresas”.

No sentido inverso, as transações das empresas públicas para o Estado (impostos recebidos, renda de concessões e dividendos) cresceram 11,1% no mesmo período, para 1,6 mil milhões de escudos (14,7 milhões de euros).

Na avaliação de risco das empresas públicas, 20 estão nas categorias de “risco elevado” ou “risco muito elevado”, mais uma que em 2021.

O relatório da Unidade de Acompanhamento Empresarial do Estado (UASE), dependente da Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial, analisa ainda, em separado, as contas das seis principais empresas públicas, que representam mais de metade do volume de negócios do setor.

A ASA - Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea registou o maior crescimento de resultados líquidos (265%) graças à recuperação pós-pandemia, alcançando um lucro de 1,5 mil milhões de escudos (12,9 milhões de euros) em 2022.

Do lado oposto, a TACV - Transportes Aéreos de Cabo Verde enfrentou as dificuldades de retoma já esperadas, depois da suspensão de operações causada pela covid-19, agravando o prejuízo em 50% para dois mil milhões de escudos (18,6 milhões de euros).

As outras quatro empresas - a farmacêutica Emprofac, a portuária Enapor, a imobiliária IFH e a elétrica estatal Electra - melhoraram os resultados e tiveram lucro em 2022, com exceção da empresa pública de eletricidade.

A Semana com Lusa

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