Portugal na Feira Internacional de Cabo Verde, sem efeitos da crise política

A nível global, “naturalmente que todas as crises têm impacto, mas Portugal é conhecido por resolver crises, portanto, acho que temos de esperar até a crise estar resolvida e, nessa altura, vamos ter um impacto positivo, como de costume: isto é, sermos conhecidos como aqueles que resolvem crises”, referiu na Praia, capital cabo-verdiana.

Para um país “que daqui a 23 anos faz 900 anos de história, isto é naturalmente transitório”, acrescentou, num encontro de empresários organizado em parceria pela Fundação AIP e a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

No caso de Cabo Verde, a presença portuguesa na FIC acontece sem efeitos da crise, até porque foi “planeada com tempo”, disse.

O secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, vai também visitar Cabo Verde durante o certame, com agenda na quinta e sexta-feira, referiu hoje no mesmo encontro o embaixador português na Praia, Paulo Lourenço, referindo que a proximidade entre os dois países não é afetada.

Além de 22 marcas e firmas portuguesas com espaços de exposição na FIC, Portugal estará representado com um pavilhão.

O pavilhão de Portugal junta 10 empresas, sobretudo do setor da tecnologia e isto representa quase que um esforço duplo, uma vez que está a decorrer a Web Summit nas nossas instalações”, em Lisboa, explicou o vice-presidente da Fundação AIP à Lusa.

Além da tecnologia, a presença portuguesa inclui os setores da pesca e economia azul (virada para o mar), construção, transportes e logística, acrescentou, assinalando o caráter bidirecional do trabalho em curso.

Temos uma enorme segurança de que vamos também ter empresas de Cabo Verde” associadas às atividades relacionadas com a feira, “para serem, também elas, mais conhecidas em Portugal”, disse.

A relação entre os dois países está “sedimentada”, referiu, assinalando que Portugal é o maior investidor em Cabo Verde, mas também o maior exportador.

As prioridades do Governo cabo-verdiano “são conhecidas”, quanto às tecnologias, economia azul e turismo, assinalou, ressalvando que “as oportunidades estão, antes de mais, na língua e na cultura comum”.

“A cultura é o maior ativo que os portugueses e cabo-verdianos têm para trabalharem em conjunto, porque representa a confiança mútua”, concluiu.
A Semana con Lusa

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