Júlio Lopes não confirma recandidatura, mas também não descarta esta possibilidade
Júlio Lopes falava hoje em entrevista à Inforpress, quando questionado se vai ou não se recandidatar à liderança da cadeira da edilidade, nas próximas eleições, exibindo, porém, um sorriso discreto ao pronunciar-se sobre a matéria.
“Não tenho ambição política. Estou aqui para trabalhar, falta ainda algum tempo para completar o mandato, e fazer o máximo para a ilha do Sal. Não estou aqui presidente como profissão, tenho a minha actividade profissional muito boa, e estar aqui, claro que prejudica a minha actividade profissional”, comentou.
O autarca que prefere não abrir o jogo sobre a sua recandidatura, reiterou que está na liderança da câmara municipal, do município para “servir o povo” do Sal.
“Para ser recandidato o povo tem de querer. Não faço as coisas para agradar a mim mesmo. Estou aqui numa missão. Se a maioria do povo, a nível expressivo, concordar… poderei pensar se estarei disponível”, respondeu depois de alguma insistência.
“Há pessoas que querem estar, têm vontade de estar na política, têm ambição de mandar… eu não tenho esta pretensão, nada disso. Estou aqui como disse, numa missão para servir a minha ilha, o meu País. A minha ambição é ver um Sal melhor. Se houver um melhor do que eu, que venha”, exteriorizou.
Havendo meios de saber se os salenses estão de facto inclinados a continuar com ele à frente da câmara, nomeadamente através de sondagens, Júlio Lopes volta a repetir que se o povo do Sal tem essa emoção, será um assunto a pensar.
“Sempre tivemos, tem havido um ambiente de muita amizade, de muita emoção entre o presidente e a população, o eleitor. Se houver essa vontade, é um assunto a pensar”, reiterou.
Isso quer dizer que está disponível então? Ao que responde: “Estou sempre disponível para tudo o que é para Cabo Verde e para o Sal. Agora, o que eu quero dizer é que não estou aqui ou noutro lugar por qualquer ambição pessoal a nível da política”, concretizou.
“Pode-se contar com o Júlio para tudo que seja bom para o Sal e Cabo Verde. Levo muito a sério essa gestão de proximidade. Tenho de estar próximo do povo e o povo próximo de mim. Esta simbiose tem de existir”, sublinhou o autarca.
Não assumindo, directamente se é candidato ou não, a um terceiro mandato, considerando que ainda falta muito tempo, Júlio Lopes disse que, até este momento, ele é tão somente um candidato ao trabalho.
“Ainda temos muito trabalho para fazer. Sou candidato a trabalhar. Tudo depende do trabalho”, concluiu.
Questionado como tem sido todo esse tempo na liderança camarária, enquanto autarca, contou que estar na câmara do Sal em momentos difíceis, já que “apanhou” a pandemia da covid-19 “foi terrível”.
“Entramos em finais de 2017, em 2018 fizemos o primeiro ano e logo em 2019/2020 veio a pandemia, e esses anos de crise foram terríveis. Ver como a ilha do Sal caiu, os hotéis fechados, as pessoas sem emprego, a população a precisar de apoio, de facto foi terrível. Depois a câmara teve uma redução das receitas. É terrível ver como Sal, uma ilha turística, ficou prejudicada por causa da pandemia”, lamentou.
“Felizmente a pandemia já passou, mas temos agora as externalidades das guerras, o aumento dos preços, coisas que afectam a população. Então uma câmara tem de estar pronta para acudir os que mais precisam. Veja que o mesmo se passa a nível do Governo. Mas estamos aqui. É nos momentos difíceis que emergem os bons líderes”, enfatizou, augurando depois destas “tempestades” um ciclo de longos anos “muito bons” para o Sal e Cabo Verde.
“Há sinais que os próximos dez anos vão ser muito bons para o Sal, Cabo Verde e o mundo”, finalizou. A Semana com Inforpress