GAO manifesta “alguma preocupação” com uso recorrente da contratação pela via de ajuste directo em Cabo Verde
A preocupação consta do comunicado do imprensa do grupo citado pela Inforpress, lido durante a conferência de imprensa de balanço da última missão de uma semana iniciada no dia 02 e terminada hoje para analisar a conjuntura macroeconómia fiscal e financeira, as medidas implementadas e previstas para mitigar o impacto fiscal da guerra na Ucrânia, entre outros aspectos.
A nível das aquisições públicas o GAO congratulou-se com os progressos na preparação da avaliação da metodologia para avaliar os sistemas, por parte da Autoridade Reguladora das Aquisições Públicas (ARAP), e com processo de contratação pública electrónica, e encorajou o Governo a actualizar a legislação para a inclusão dos municípios no âmbito da contratação electrónica.
Por outro lado, manifestou “alguma preocupação” com a utilização recorrente da contratação pela via do ajuste directo.
“Os parceiros do GAO registam com alguma preocupação, a utilização recorrente da contratação pela via de ajuste directo numa base de urgência imperiosa, o que pode comprometer a relação qualidade/preço das aquisições Publicas”, refere o comunicado citado pela Inforpress.
Instado a reagir o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, afirmou que o assunto não tem a ver com o quadro legal, mas admitiu a necessidade de aprimorar o quadro legal para que seja melhor implementado.
“Portanto, o que está em causa aqui é nos pequenos contratos, que é óbvio que é o maior volume, recorre-se ao ajuste direito, como acontece em qualquer parte do mundo. A questão que se coloca aqui é como nós podemos encontrar as condições, no plano legal, para, em função da experiência tida até agora, reduzir o espectro, o perímetro em relação à utilização do ajuste direito”, disse.
Olavo Correia sublinha que não se trata de uma ilegalidade, até porque os montantes estão na própria lei.
Conforme a fonte referida, o vice-primeiro-ministro indicou que o executivo vai aproveitar a implementação das compras públicas e eletrónicas, para ajustar o quadro legal para todo o sector público do Governo, mas também os serviços municipais possam estar integrados dentro das compras públicas e eletrónicas e garantiu o controle em relação a toda a tramitação no que tange às compras públicas por parte do Estado tanto a nível central e municipal.
“Portanto, não é nada de novo para o governo. O GAO, como é óbvio, fez esta anotação, que isso está na agenda do Governo”, disse.
Segundo ainda o Gripo de Apoio Orçamental, outra preocupação manifestada pelo GAO tem a ver com o aumento da não apresentação atempada de contas por parte das instituições e entidades autónomas.
O Grupo é composto por Espanha, Luxemburgo, Portugal, União Europeia, Grupo do Banco Mundial e do Banco Africando de Desenvolvimento (BAD), e que este ano é presidido por Portugal e presta apoio financeiro e assistência técnica ao orçamento de Estado através de subvenções e empréstimos em apoio às prioridades nacionais de desenvolvimento.