Cabo Verde quer Livro Branco como base para plano de desenvolvimento da Macaronésia

A recomendação foi feita, na cidade da Praia, pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação cabo-verdiana, Miryam Vieira, considerando, no lançamento do documento, que o Livro Branco da Macaronésia, é o “primeiro passo” para os arquipélagos de Cabo Verde, Madeira, Açores e Canárias verem em que moldes podem “dinamizar” a cooperação.

“Mas sobretudo ver em que medida é que podemos promover o desenvolvimento sustentável entre os quatro arquipélagos”, enfatizou, indicando que o documento já conta com 11 áreas consideradas com “elevado valor” para atuação conjunta em futuras estratégias de integração.

Nas suas intervenções na sessão de abertura do evento, os representantes de Madeira, Açores e Canárias apontaram os transportes e o turismo - ecoturismo, turismo de cruzeiros e turismo náutico - como as primeiras “áreas incontornáveis” de análise entre essas regiões.

A secretária de Estado disse que as regiões devem “trabalhar um pouco mais” a sua conectividade, sobretudo a marítima e aérea, considerada “fundamental” para dinamizar as relações comerciais e empresariais.

A mesma fonte governamental entendeu que os quatro arquipélagos devem focar-se ainda no potencial para desenvolver o setor energético, notando que já há algumas ações “com algum impacto” no desenvolvimento sustentável.

“A Macaronésia pode ser um desses espaços que permitirá ao país ter acesso, atrair mais investimentos e assim acelerar o crescimento económico”, disse a membro do Governo cabo-verdiano, entendendo ainda que é preciso “consolidar um pouco mais” o quadro institucional nessas regiões.

E disse que há propostas nesse sentido sobre a mesa, que deverão ser abordadas na terceira cimeira da Macaronésia, prevista para acontecer nas Canárias, em que o objetivo é ter os órgãos estatutários da região.

Apesar das regiões autónomas portuguesas da Madeira e Açores e a espanhola Canárias terem um estatuto diferente de Cabo Verde, Miryam Vieira entendeu que estes arquipélagos precisam “harmonizar” os instrumentos que potenciam a sua consolidação institucional.

Administração eletrónica, formação, resíduos, água, energia eólica marítima e transição energética são outras áreas apontadas para cooperação e integração nesse espaço.

O Livro Branco da Macaronésia é um dos resultados do Projeto INTEGRA (Integração de Mercados e Desenvolvimento Socioeconómico da Macaronésia), implementado no âmbito do Programa de Cooperação INTERREG MAC 2014-2020, financiado pela União Europeia.
A Semana com Lusa

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