Novo director da PJ promete uma instituição “mais científica” e define combate ao tráfico de droga como “principal desafio”
A intenção foi manifestada na manhã hoje no seu discurso de tomada de posse, em que garantiu igualmente “melhor comunicação” entre a PJ e a Polícia Nacional (PN), assim como uma “forte coordenação” com o Ministério Público, enquanto titular da acção penal.
Por isso, disse ser “fundamental” haver uma acção concertada entre as instituições para debelar a criminalidade “que assola o país” e evitar que as ameaças encontrem espaços de penetração.
“A criminalidade, como tráfico de drogas, crime económicos e financeiros, lavagens de capitais, corrupção, e burlas, nas suas mais variadas formas e modalidades, tem um denominador comum que é ganância, devendo o Estado dar um claro sinal de que o crime não compensa”, observou Manuel Livramento da Lomba, defendendo que os crimes urbanos, “que têm causado insegurança no país”, têm no seu epicentro o tráfico e o consumo de drogas.
Segundo o novo director da PJ, a instituição não se pode dar por satisfeita apenas com detenções e apreensões das drogas nos portos e nos aeroportos e descuidar-se do tráfico e do consumo, que, conforme apontou, que têm sido as causas de vários outros crimes.
“Neste particular será dado uma especial atenção, com um combate sem trégua, devolvendo a paz, a segurança, a tranquilidade a todos os cabo-verdianos, contribuindo assim para uma melhor justiça”, garantiu o responsável, assegurando igual cuidado aos crimes informáticos.
“Contem com uma PJ que deixa de estar da sua zona de conforto para ser mais actuante, mais proactiva, competente, célere, eficiente e sobretudo científica”, perspectivou Manuel Livramento da Lomba, apontando a necessidade de novos equipamentos, novas instalações e a formação dos recursos humanos.
Por sua vez, a ministra da Justiça, Joana Rosa, que presidiu a cerimónia de posse, disse que desta nova direcção da PJ espera “melhor organização e investigação criminal”, mas, “acima de tudo”, o combate ao tráfico de drogas e aos crimes conexos.
Neste sentido, defendeu que a PJ, enquanto organismo de prevenção e de investigação criminal, desempenha um “papel fundamental” e insubstituível no sector judicial, “erguendo-se enquanto órgão auxiliar da administração da Justiça”.
Por isso, apontou, a ambição do Governo de promover uma justiça preventiva, célere e eficaz, e consequentemente continuar a propiciar um ambiente favorável ao desenvolvimento do país e bem-estar dos cabo-verdianos.
Segundo a governante, essa pretensão não será atingida se a PJ não revelar altos índices de organização, motivação e preparação técnica e científica.
Manuel António Livramento, antigo procurador da República de primeira classe do quadro da Magistratura do Ministério Público substituiu Ivanilda Mascarenhas, que deixou o cargo no dia 20 de Novembro, a poucos dias de completar um ano em função, estando na base, segundo explicou, incompatibilidade com a Ministra da Justiça.
A Semana com Inforpress