Bestfly deixa de operar em Cabo Verde

A companhia aérea Bestfly vai mesmo deixar de operar em Cabo Verde. A decisão foi anunciada em comunicado pela empresa, dias após a Agência de Aviação Civil não conceder a certificação à aeronave Bombardier Dash 8 Q300 que chegou ao país esta semana para cobrir a lacuna deixada pela manutenção dos dois aviões ATR 72-600 da Bestfly (TICV).

“Acreditando não estarem reunidas as condições para prosseguir com o trabalho que tem desenvolvido, a BestFly World Wide, acionista maioritária da TICV, tomou a difícil decisão de deixar de operar definitivamente em Cabo Verde e suspender a operação da companhia TICV no país, tendo esse pedido de suspensão já sido apresentado junto da AAC”.

No mesmo comunicado a empresa diz-se “surpreendida com a receção, no dia 19 de abril de 2024, de uma carta da Agência de Aviação Civil (AAC) de Cabo Verde dando conta de que, após aprovação inicial, tomou a decisão de revogar a aprovação que tinha concedido para o contrato de wet lease de uma aeronave mobilizada para regularizar a conectividade interilhas em Cabo Verde e que já se encontrava no país”.

Segundo a mesma fonte, a chegada da aeronave “tinha como objetivo assegurar a manutenção do serviço prestado pela transportadora, suprindo a ausência de duas aeronaves que se encontram imobilizadas por motivo de manutenção”.

Todos os esforços foram encetados”

A Bestfly disse ainda que todos os esforços foram encetados para garantir a maior rapidez possível no processo de mobilização dessa aeronave, estando a TICV ciente de que a ligação interilhas em Cabo Verde desempenha um papel fundamental na coesão territorial, social e económica do país.

A BestFly expressou surpresa e críticas relativamente à decisão da Agência de Aviação Civil (AAC) que considerou “não plausível” o pedido de enquadramento do contrato de wet lease submetido pela TICV.

Cumpre normativas

A companhia aérea defende que o pedido está conforme as normativas cabo-verdianas, que permitem o wet lease para reforço de frota ou em caso de indisponibilidade da mesma.

A BestFly, acionista maioritária da TICV, também censurou a AAC pela demora e pelo que descreve como um tratamento de desconfiança, lentidão e hostilidade para com o pedido, essencial para as ligações interilhas e enfatizou a importância da ligação interilhas para a mobilidade dos cidadãos e para a economia de Cabo Verde.

Ambiente de negócios

A Bestfly lamenta o “ambiente de negócios tóxico e punitivo” que limita a capacidade operacional da empresa, apesar do seu compromisso contínuo com a conectividade doméstica.

Finalmente, a empresa propõe uma reflexão sobre as dificuldades operacionais enfrentadas pelas companhias aéreas em Cabo Verde, sugerindo uma análise do número de empresas que operaram no país nos últimos dez anos.

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