Andebol: Estrela mundial de origem cabo-verdiana deixa carreira profissional aos 38 anos

A estrela mundial de andebol de origem cabo-verdiana Alexandrina Barbosa, internacional pelas selecções de Portugal e Espanha e integrante da selecção espanhola nos Jogos Olímpicos Paris 2024, decidiu abandonar a carreira aos 38 anos.

Filha de pais cabo-verdianos, nascida no seio da comunidade crioula, no bairro de Pedreira do Húngaros, em Oeiras, Portugal, Alexandrina Barbosa, referenciada pelo Jornal Record como a “melhor andebolista feminina de sempre formada em Portugal”, é tida como uma figura controvérsia por ter naturalizado espanhola e renunciar a selecção portuguesa pela espanhola.

Conhecida como Shandry, Alexandrina nasceu em Lisboa sendo a nona de 11 irmãos e começou a jogar andebol numa equipa cabo-verdiana do bairro da Pedreira dos Húngaros, 1996, seguida de “Assomada” 1999/2003, altura na qual participou em torneio internacionais realizados pela equipa portuguesa de “Assomada” em Cabo Verde.

A equipa de Assomada foi sempre reconhecida, também pelo apoio que a Câmara de Oeiras foi tentando dar perante a falta de recursos que o andebol feminino enfrentava.

Esta agremiação cabo-verdiana viria a “dar cartas em Portugal”, pelo que a lateral esquerda passou pelo Madeira SAD e em 2005, ano no qual teve a primeira oportunidade de experimentar uma liga estrangeira, neste caso as espanholas do BM Sagunto.

No seu percurso, sempre em ascensão, teve passagem pelas equipas do topo da Espanha, Roménia, Alemanha, França e Rússia, antes de um regresso ao campeonato gaulês, tendo representado na última época o Brest.

Antes, depois de já ter representado Portugal e de ter contribuído “de forma decisiva” para a qualificação da selecção portuguesa para o Campeonato da Europa de 2008, Alexandrina Barbosa recebeu o convite para a dupla nacionalidade espanhola pelos anos que tinha jogado na liga.

Em 2010 começou o diferendo com Portugal, em 2012 passou a representar Espanha (até hoje, com 38 anos).

De acordo com o “Observador”, ganhou várias competições colectivas (Taça EHF pelo Rostov-Don em 2017, Medalha de Prata da Champions pelo SD Itxako em 2011), recebeu distinções individuais como melhor lateral esquerda da Liga francesa em 2015 e 2016 e do Mundial de 2019, além de ter sido a melhor marcadora da Taça EHF em 2015.

“Esta carreira toda que construí é uma satisfação. Começar desde o bairro da Pedreira dos Húngaros e estar aqui ainda ao mais alto nível foi através de muito esforço. Estou muito contente com toda a minha trajectória, ter jogado três Jogos Olímpicos, ter um filho… É uma satisfação muito grande poder terminar desta forma”, referiu a lateral esquerda.

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