Dois agentes da polícia marítima foram condenados após queixa feita por enfermeira
Afinal, contrariamente ao que A Nação havia avançado, o Tribunal da Comarca da Boa Vista condenou dois agentes da Polícia Marítima na sequência de uma queixa feita por uma enfermeira da Delegacia de Saúde da ilha que, em 2022, foi detida, por desacato, no final de um trabalho de vigilância sanitária no porto de Sal Rei. Além de uma pena de um ano e seis meses de prisão, suspensa nos próximos dois anos, os dois agentes foram sentenciados a pagar uma multa à ofendida e ainda a arcarem com as custas do processo.
A NAÇÃO, confiando numa fonte judicial, avançou na edição de semana passada que os agentes Jair Cabral e Rogério Ramos haviam sido absolvidos dos crimes de abuso de poder e ofensa à integridade física, o que é verdade.
Entretanto, segundo a sentença do juiz, que chegou esta semana à nossa redacção, os mesmos foram, cada um, condenados a uma pena de um ano e seis meses de prisão, suspensa nos próximos dois anos. Foram ainda sentenciados a pagar um valor em multa à ofendida e ainda a arcarem com as custas do processo.
O caso, que à época gerou uma grande onda de indignação nas redes sociais, chegou ao fim, pelo menos na primeira instância, em Julho passado.
Relembrando o caso
A enfermeira Sara Semedo, e não Carla Semedo, como tinha sido avançado na imprensa nacional, acusou em 2022 dois agentes da Polícia Marítima de perseguição. A mesma foi detida no dia 31 de Março daquele ano, após concluir o seu trabalho no serviço de vigilância sanitária no Porto de Sal Rei. Acusada do crime de atentado e resistência às autoridades, o Tribunal da Comarca da Boa Vista julgou improcedente a acusação. Em resposta, Sara Semedo apresentou uma queixa contra os dois agentes.
“Essa perseguição acontece comigo e com outros colegas, e a nossa instituição está ciente disso, assim como a própria Polícia Nacional. No meu caso, por uma questão de solidariedade, não apenas comigo, mas também com os meus colegas e pela forma como têm tratado os passageiros, decidi denunciar e espero que a justiça seja feita, pois o trabalho deles exige muita pedagogia”, afirmou a enfermeira na ocasião em declarações à imprensa, acusando ainda os agentes de interferirem no trabalho das enfermeiras e alertou que, caso a situação persistisse, o serviço de vigilância sanitária poderia ser abandonado.