Moradores de bairros degradados à espera de novas promessas de habitação condigna

O problema da habitação na ilha de São Vicente é um tema antigo e, ao que tudo indica, eterno. Os bairros informais, muitos construídos em encostas e linhas de água, não param de crescer, ilustrando a precariedade em que milhares de cabo-verdianos continuam a viver na ilha do Porto Grande. Com as eleições autárquicas de 1 de Dezembro, muitos desses munícipes e eleitores aguardam, uma vez mais, por um novo rol de promessas para resolver os velhos problemas de habitação.

Nas últimas décadas, apesar de todas as intervenções feitas, pelos poderes central e local, o número de gente a viver em condições indignas continua grande. Volta e meia, ouve-se falar no surgimento de novos aglomerados que tendem, um dia, a transformar-se em novos bairros espontâneos, com os seus moradores a viverem em condições infra-humanas.

As eleições autárquicas de 1 de Dezembro constituem, previsivelmente, o reacender de promessas de melhoria das condições de vida, neste caso, no sector da habitação social. Contudo, por aquilo que esta reportagem pôde se aperceber, o sentimento generalizado entre os moradores dessas zonas problemáticas é de desânimo e desalento.

Mesmo lá onde a intervenção do poder público (governo e câmara) aconteceu, melhorando a vida dos contemplados, o que prevalece entre os que ficaram de fora é que as casas sociais não são para todos, mas apenas para um pequeno grupo, nomeadamente, artistas, funcionários, e nunca para os jovens com trabalhos precários.

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